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Ataque do EI a campo petrolífero líbio deixa oito mortos

06/03/2015 18h53

Benghazi, Líbia, 6 Mar 2015 (AFP) - O grupo Estado Islâmico (EI) atacou o campo de petróleo de Al-Ghani, no sul da Líbia, nesta sexta-feira, matando oito guardas, de acordo com o porta-voz da equipe responsável pela segurança das instalações.

"Extremistas da filial líbia do grupo Estado Islâmico realizaram um ataque surpresa contra o campo de petróleo (de Al-Ghani), matando oito soldados, os quais foram decapitados", indicou Ali Al-Hassi.

A Companhia Nacional de Petróleo (NOC, na sigla em inglês) confirmou o ataque, acrescentando que infraestruturas dessa unidade foram incendiadas.

O campo de Al-Ghani, localizado a cerca de 60 km ao norte da cidade de Zela, é explorado pela companhia Al-Haruge, uma das filiais da NOC. Zela fica 750 km ao sudeste de Trípoli.

"Há colunas de fumaça acima dos campos, visíveis da cidade de Zela", relatou a NOC, em nota divulgada em sua página na Internet.

"Forças do governo retomaram o controle do lugar após a chegada de reforços de outros campos petroleiros próximos", disse Al-Hasi.

Grupos de jihadistas tomaram os campos de Al-Mabruk e Al-Bahi, 500 km ao leste de Trípoli, anunciaram na terça-feira guardas dessas instalações consultados pela AFP.

No dia seguinte, a NOC declarou "estado de força maior" em 11 campos petroleiros, entre eles Al-Ghani, por causa desses ataques.

O "estado de força maior" - decretado em circunstâncias excepcionais - isenta a NOC de responsabilidade em caso de violação dos contratos de entrega de petróleo.

A NOC ameaça "fechar todos os campos de petróleo" do país caso a segurança não melhore nas diversas unidades.

A indústria petroleira líbia, outrora lucrativa, é gravemente afetada pela atual anarquia em que se encontro o país. Antes do levante de 2011, que culminou com a queda de Muammar Kadhafi, a produção chegada a 1,5 milhão de barris por dia, representando 95% das exportações do país e 75% da renda.

Mas a produção caiu para cerca de 350.000 barris por dia em dezembro, quando a Fajr Líbia lançou uma ofensiva mortal para tomar os campos petroleiros do leste líbio. O exército conseguiu revidar o ataque, causando incêndios nos reservatórios de petróleo no terminal de Al-Sedra.

A Fajr Líbia é uma coalizão de milícias que tomou a capital, Trípoli, em agosto de 2014, onde instalou um governo paralelo e reativou o Congresso Geral Nacional.

Desde então, a Líbia é dirigida por dois parlamentos e dois governos rivais. Um deles, com sede em Tobruk, é reconhecido pela comunidade internacional.