Preços de ovos disparam nos EUA por surto de gripe aviária

Washington, 22 Mai 2015 (AFP) - Preocupados com o avanço de uma nova e mortal versão da gripe aviária, agricultores norte-americanos foram forçados a abater quase 40 milhões de frangos e outras aves - fazendo com que o preço dos ovos voasse às alturas.

Um surto de uma versão particularmente infecciosa da gripe aviária, que parece ter se iniciado a partir de patos selvagens e gansos, se espalhou para 15 estados dos Estados Unidos e duas províncias canadenses, exigindo o abate em massa de frangos e perus.

A onda se transformou num aumento de 80% no preço de atacado dos ovos, e uma alta mais modesta no custo da carne de peru, que poderia durar até o final do ano, mesmo que o surto de gripe possa ser contido com sucesso - segundo funcionários da indústria.

O estado norte-americano de Iowa, maior produtor de ovos do país, enfrentou o abate de cerca de 25 milhões de aves, especialmente galinhas chocadeiras.

O estado declarou estado de emergência contra a doença, e depois de detectar o 63º caso de gripe aviária numa fazenda, baniu na última quinta-feira qualquer exibição pública de aves, incluindo em feiras, leilões, reuniões de negócios e outros eventos.

"A escala deste surto tem sido sem precedentes e, por isso, penso que é importante tomarmos todas as medidas possíveis para limitar a possibilidade de que esta doença se espalhe ainda mais", afirmou o secretário da Agricultura de Iowa, Bill Northey.



- Aves selvagens na origem -

A doença surgiu pela primeira vez no ano passado, no extremo noroeste do estado de Washington, aparentemente transmitida por aves selvagens.

Desde então, a doença apareceu em fazendas de 15 estados, inclusive alguns daqueles com maiores indústrias de aves de capoeira.

Os cientistas descrevem a doença, conhecida como H5N2, como uma versão altamente patogênica da gripe aviária. É diferente da gripe H5N1 encontrada amplamente em fazendas na Ásia, capaz de ser transmitida das aves para os seres humanos e matou centenas de pessoas depois que surgiu pela primeira vez, em 2004.

O Centro para Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC) afirma que o risco de que o H5N2 seja transmitido aos seres humanos é "baixo neste momento", apesar de não descartar a possibilidade.

Dados do departamento de Agricultura dos Estados Unidos mostram que mais de 39 milhões de aves foram infectadas ou expostas à nova estirpe da gripe das aves a partir desta semana.

O Canadá também tem visto surtos de H5N2 em bandos de aves em fazendas de British Columbia e Ontário.

Dustin Vande Hoef, porta-voz do departamento de Agricultura de Iowa, disse que o ritmo de novas infecções diminuiu e o estado acredita que a doença em breve estará sob controle com a chegada do verão.

"Tivemos menos infecções nas últimas duas semanas. É certamente um movimento de queda", afirmou Vande Hoef à AFP.

Mas ele disse que o processo de limpeza e esterilização das instalações avícolas, inspecionando e depois armazenando novas galinhas, significa que a oferta mais escassa pode durar até o próximo ano.

O surto nos Estados Unidos somou-se a uma recente onda de infecções por inúmeras estirpes de gripe aviária em todo o mundo, o que estimulou a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) a emitir um aviso geral no início desta semana.

"Para evitar a propagação da doença, é vital implementar medidas as medidas recomendadas pela OIE em fazendas, no comércio e em mercados de aves vivas, para fazer a vigilância de doenças e a detecção precoce", disse a organização.