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Poucas esperanças de encontrar sobreviventes de naufrágio na China

03/06/2015 11h01

Jianli, China, 3 Jun 2015 (AFP) - As equipes de resgate prosseguiam nesta quarta-feira com as buscas aos passageiros do cruzeiro que naufragou no rio Yangtsé, região central da China, com mais de 450 pessoas a bordo, mas as esperanças de encontrar sobreviventes são mínimas.

De acordo com as autoridades, a tragédia pode ter sido provocada por um pequeno tornado.

No meio da tarde desta quarta-feira, o balanço de vítimas era de 14 sobreviventes e 19 mortos, alguns deles encontrados a 50 quilômetros do local do acidente.

A busca de corpos será ampliada até a cidade de Wuhan (centro), 220 km ao sul, anunciaram as autoridades.

No local do naufrágio, sob uma forte chuva, as equipes de resgate, com o apoio de 100 mergulhadores, trabalham no casco do "Dongfangzhixing" ("Estrela do Oriente"), que afundou a 15 metros de profundidade.

O navio viajava entre duas antigas capitais chinesas, Nankin (leste) e Chongqing (centro). O naufrágio aconteceu na região de Jianli (província de Hubei).

De acordo com a Agência Estatal de Meteorologia, um tornado atingiu brevemente a região de Jianli, acompanhado de ventos de mais de 117 km/h e de chuvas de mais de 64 mm em uma hora.

O tornado durou entre 15 e 20 minutos, no momento do naufrágio do navio, mas a agência de meteorologia não detalhou a localização e a trajetória do fenômeno.

Isto coincidiria com a versão do capitão e do engenheiro chefe do cruzeiro, que foram resgatados e afirmaram que o navio foi atingido por um "tornado".

Os dois foram detidos e estão à disposição dos investigadores.

Nas redes sociais, os internautas questionam se os dois homens não teriam abandonado a embarcação e os passageiros.

As autoridades admitiram que a possibilidade de encontrar sobreviventes são ínfimas.

Em Xangai, de onde partiram mais de 100 passageiros, os parentes dos desaparecidos entraram em confronto com as forças de segurança, que tentavam dispersar as pessoas desesperadas em busca de informação.

Muitos familiares criticaram a falta de informações das autoridades.

No Vaticano, o papa Francisco enviou uma mensagem de pêsames ao povo chinês neste momento difícil e afirmou que vai rezar pelas vítimas, suas famílias e todos os envolvidos nas tarefas de resgate.

Trabalhos de buscaO acesso ao local do naufrágio está rigidamente controlado, com cordões de isolamento policial a dois quilômetros de distância.

Segundo uma ordem das autoridades publicada no jornal independente China Digital Times, "a cobertura (do naufrágio) deve utilizar informação publicada por meios reconhecidos" pelo governo.

O navio afundou em menos de dois minutos na segunda-feira à noite, depois de ser atingido por uma tempestade. No total, 456 pessoas estavam a bordo, segundo um número atualizado que inclui os passageiros e os integrantes da tripulação, mas que não menciona estrangeiros.

À espera dos resultados da investigação, o ministério dos Transportes informou que o navio, com capacidade total para 534 pessoas, não estava sobrecarregado.

Pouco antes do acidente "a chuva atingiu o lado direito do navio e entrou em várias cabines", afirmou Zhang Hui, um dos sobreviventes.

No hospital da cidade vizinha de Jinali, as famílias das vítimas tentavam obter notícias dos parentes.

"Enquanto existir esperança, vamos dar 100%, sem abandonar o local", afirmou o ministro dos Transportes, Yang Chuantang.

Os mergulhadores enfrentam as fortes correntes e uma ausência quase total de visibilidade.

A China iniciou uma grande operação de resgate supervisionada pelo primeiro-ministro Li Keqiang.

As autoridades diminuíram a intensidade das turbinas da famosa represa das Três Gargantas, situada em uma região acima do Yangtsé, o maior rio da Ásia (6.300 km), para facilitar as operações de resgate.

bur-seb/fp