BBC anuncia demissão de mais de 1.000 funcionários
Londres, 2 Jul 2015 (AFP) - A britânica BBC, a corporação de meios de comunicação pública referência mundial, anunciou que vai cortar mais de 1.000 postos de trabalho porque a mudança de hábitos no momento de assistir a televisão provocou uma queda em seu faturamento.
A BBC, que tem 16.600 funcionários, é financiada com uma tarifa que cada residência paga por ter um aparelho de televisão, mas as pessoas assistem cada vez menos aos programas ao vivo, optando por dispositivos móveis ou o computador.
A corporação prevê que vai arrecadar 150 milhões de libras a menos no exercício 2016-2017 na comparação com o ano fiscal de 2011-2012.
A tarifa anual é de 145,5 libras (205 euros, US$ 227).
O governo conservador de David Cameron, cujas relações com a BBC são algo difíceis, já que ele a considera muito crítica, resistiu aos pedidos da corporação de aumentar o preço, congelado há sete anos.
A tarifa é, além disso, alvo de críticas dos concorrentes da BBC, como Sky, a plataforma de comunicações do magnata Rupert Murdoch.
"Devemos ter uma BBC menor, mais simples", disse o diretor geral Tony Hall ao anunciar as demissões.
"Já cortamos significativamente os custos de administração da BBC, mas em tempos de decisões difíceis, temos que nos concentrar no que conta de verdade: apresentar programas excepcionais e conteúdos para todas as audiências", completou.
A BBC nasceu em 1922 com a profissionalização das emissoras de rádio e cresceu até possuir 10 canais de televisão nacionais, 10 emissoras de rádio nacionais, 40 locais, sites, um serviço mundial em 27 idiomas e até um canal meteorológico.
Sua história está totalmente atrelada à do país, e sua cobertura de grandes acontecimentos como a Segunda Guerra Mundial e os discursos de Winston Churchill e do general De Gaulle cimentaram sua reputação mundial.
Mas seu modelo tradicional se viu afetado pelas mudanças de costumes e, desde 1998, foi obrigada a se desfazer de 40% de seus imóveis para compensar as perdas.
Também houve muitas demissões. Em julho de 2014 anunciou a supressão de 415 jornalistas e, antes disso, em novembro de 2011, de 2.000 empregos, apesar de depois reduzir a cifra para 580.
O anúncio das mil demissões coincide com a publicação de um relatório da entidade reguladora do setor, a Ofcom, que revela que apenas a metade dos jovens veem televisão ao vivo.
Segundo este estudo, apenas a metade dos jovens entre 16 e 24 anos assistem a transmissões ao vivo, diante da crescente popularidade de plataformas como Netflix, Amazon Instant Video e, inclusive, a da BBC, iPlayer, que permite ver todos os programas já transmitidos.
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