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BP pagará US$ 18,7 bilhões por maré negra no Golfo do México

02/07/2015 19h26

Londres, 2 Jul 2015 (AFP) - A companhia petroleira britânica BP anunciou nesta quinta-feira ter chegado a um acordo com a justiça americana para pagar 18,7 bilhões de dólares em indenizações pela maré negra que provocou no Golfo do México em 2010.

"Cinco anos depois do acidente e da maré negra na plataforma petroleira Deepwater Horizon, a BP alcançou acordos de princípio para resolver todos os processos federais e estatais", afirmou a BP em um comunicado.

O acordo foi fechado com as autoridades federais, assim como com os estados do Alabama, Flórida, Louisiana, Mississippi e Texas e mais de 400 governos locais.

A secretária de Justiça americana, Loretta Lynch, saudou o que chamou de "o maior acordo" de indenização com uma empresa nos Estados Unidos.

"Hoje estou satisfeita de poder dizer que, depois de ter mantido discussões produtivas com a BP durante estas últimas semanas, chegamos a um acordo de princípio que resolve de maneira equitativa e completa as denúncias do Estado federal e dos estados", afirma Lynch em um comunicado.

"Caso seja aprovado pela corte, este acordo será o maior com uma única entidade na história dos Estados Unidos. Ajudará a reparar o dano causado à economia do Golfo, à indústria da pesca, aos pântanos e à fauna", acrescenta.

Dos 18,7 bilhões, 5,5 serão para processos civis, 7,1 serão repassados ao Estado federal e aos cinco estados afetados pelos danos ao meio ambiente, 4,9 bilhões serão para indenizar a repercussão negativa sobre a economia da maré negra e um bilhão para as autoridades locais.

O acordo ocorre dois dias após a BP sofrer um revés na Suprema Corte dos Estados Unidos.

A mais alta instância da justiça norte-americana negou na terça-feira o pedido do grupo petroleiro de limitar as demandas de indenização após uma sentença em primeira instância de 2012, que ordenava o pagamento de milhões de dólares aos moradores e às empresas afetadas.

- A pior maré negra da história dos EUA -"Há cinco anos nos comprometemos em restaurar a economia do Golfo e o meio ambiente, e desde então trabalhamos para cumprir essa promessa", afirmou o presidente da BP, Carl-Henric Svanberg.

"Tivemos progressos significativos e, com este acordo, abrimos caminho para encerrar definitivamente essa história", acrescentou.

Em 2010, a justiça americana ditou que o vazamento de petróleo no Golfo do México foi resultado de uma "conduta extremadamente negligente" da multinacional britânica.

O desastre da plataforma Deepwater Horizon provocou a morte de 11 pessoas e o vazamento de petróleo por 87 dias, causando a pior maré negra da história dos Estados Unidos.

A justiça considerou que a BP estava a par de que o poço perfurado, conhecido como Macondo, era especialmente perigoso devido ao alto risco de uma explosão, o que, ao final, ocorreu.

A explosão e incêndio da plataforma em abril de 2010 foram a consequência do vazamento de 4,9 milhões de barris de petróleo, que afetou seriamente o ecossistema e a atividade econômica da zona do Golfo.

Um dos últimos estudos de meio ambiente sobre a catástrofe, publicado em maio de 2015, revelou um forte aumento da mortalidade nas populações de golfinhos, segundo a Agência Oceânica e Atmosférica (NOAA) americana.

Segundo a pesquisa da NOAA, uma quantidade extremamente alta de golfinhos ficaram presos nas costas do sul dos Estados Unidos entre 2010 e 2012, com as lesões pulmonares e glândulas suprarrenais potencialmente relacionados com o derramamento de petróleo.

pn-al/pc/mm

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