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Premiê grego promete que o país seguirá unido após referendo

02/07/2015 09h21

Atenas, 2 Jul 2015 (AFP) - O primeiro-ministro grego Alexis Tsipras pediu unidade nacional aos gregos para superar a dificuldade temporária que o país atravessa e prometeu que, depois do referendo de domingo, o país continuará unido.

"No dia seguinte ao referendo estaremos todos unidos", afirmou Tsipras após se reunir com Panos Kammenos, ministro da Defesa e dirigente do partido nacionalista Gregos Independentes (Anel), que participa na coalizão governamental com a esquerda radical Syriza do primeiro-ministro.

O referendo tem como objetivo saber se os gregos aceitam ou não as propostas financeiras e de reforma dos credores do país, em troca do repasse de ajuda a Atenas.

O Syriza faz campanha pelo 'Não'. Segundo o primeiro-ministro, as propostas dos credores aumentam a austeridade e não resolvem o problema da grande dívida pública da Grécia (180% do PIB).

Vários líderes europeus temem que uma vitória do 'Não' leve a Grécia a deixar o euro, uma opinião que não é compartilhada pelo ministro das Finanças Yanis Varoufakis.

"Se o 'Não' vencer, como recomendamos ao povo grego, começaremos imediatamente a negociar e, acreditem, existirá um acordo com bases muitos diferentes ao das instituições credoras" (FMI, BCE e Comissão Europeia), disse o ministro das Finanças.

As propostas feitas pelos credores foram apresentadas na semana passada "no modo 'pegar ou largar'", afirmou Varoufakis.

Varoufakis afirmou nesta quinta-feira que deixará o cargo de ministro das Finanças da Grécia se o 'Sim' vencer o referendo.

O ministro reiterou que a consulta de domingo não é um referendo sobre a permanência da Grécia na união monetária.

"Queremos desesperadamente seguir no euro, apesar de criticarmos seu marco institucional", afirmou.

Varoufakis descartou a possibilidade e a capacidade do país retornar ao dracma.

"Não temos a capacidade para fazê-lo", declarou à rádio australiana ABC.

"Não temos prensas para imprimir cédulas".

A Grécia abriu mão das prensas em 2000, um ano antes do país entrar na zona do euro, pois esta é concebida como uma "união monetária irreversível", explicou o ministro.