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Opep não está preparada para cortar produção de petróleo

30/07/2015 16h54

Moscou, 30 Jul 2015 (AFP) - A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) "não está preparada" para reduzir suas cotas de produção apesar da queda dos preços e da provável chegada ao mercado do petróleo iraniano, garantiu nesta quinta-feira o secretário-geral do cartel.

"Não estamos preparados para reduzir nossa produção", disse Abdalah al-Badri em uma coletiva de imprensa em Moscou depois de se reunir com o ministro russo da Energia, Alexandre Novak.

Em uma declaração comum publicada após o encontro, Moscou disse prever "uma situação mais equilibrada no mercado de petróleo e uma estabilização em 2016".

O teto de produção dos países da Opep está há cerca de quatro anos em 30 milhões de barris por dia, isso é, quase um terço do petróleo bruto extraído diariamente no mundo.

Esse teto não caiu, apesar da queda dos preços do petróleo, que foram reduzidos à metade no segundo semestre de 2014 e que, depois de uma estabilização no início de 2015, voltaram a recuar nas últimas semanas.

A queda dos preços do petróleo, que afeta grandes países exportadores como a Rússia, que não integra a Opep, é a consequência do excesso de oferta, estimada em um patamar entre 1 e 1,5 milhão de barris por dia.

Alguns membros da Opep pediram em vão que seja rebaixado o teto de produção, a fim de enviar ao mercado um sinal de que os preços atuais são insuficientes.

Entretanto, alguns países exportadores, que confiam na melhora da demanda e que desejam manter suas receitas, continuam aumentando a produção, sem respeitar as cotas oficiais da Opep.

A Rússia também aumentou sua produção nos últimos meses em níveis recordes para o período pós-soviético, chegando a extrair mais de 10 milhões de barris diários.

"A questão de uma queda da produção é muito difícil para a Rússia, embora muitos países acreditem que ela é necessária", declarou Novak.

Segundo o ministro russo, a demanda mundial deve aumentar entre 7 e 11% até 2020.

O acordo fechado no início do mês entre as potências ocidentais e o Irã sobre o programa nuclear de Teerã deve permitir uma suspensão das sanções contra o país e provocar a chegada de petróleo iraniana ao mercado, influenciando os preços.

A próxima reunião da Opep está prevista para o início de dezembro em sua sede de Viena.

gtf-gmo/pop/pc-gm/an/cc