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Confusão após descoberta de destroços falsos do voo MH370

02/08/2015 10h17

Saint-André, França, 2 Ago 2015 (AFP) - A busca de novos indícios que permitam esclarecer o mistério do voo MH370 prossegue na ilha francesa de Reunião, depois que as autoridades descartaram que os pedaços de metal encontrados neste domingo na localidade pertençam ao avião desaparecido.

Uma fonte ligada à investigação desmentiu qualquer lacre de "objetos ou pedaços suscetíveis de proceder de um avião, como parte do processo judicial em curso" sobre o desaparecimento do avião da Malaysia Airlines em 8 de março de 2014.

Mais cedo, outra fonte próxima ao caso havia afirmado que os "pedaços de metal" encontrados perto do mar na ilha haviam sido "lacrados", mas destacou desde o início que nada indicava que as peças pertenciam a um avião.

Na quarta-feira, um fragmento de asa procedente com quase total certeza de um Boeing 777, similar à aeronave da Malaysia Airlines desaparecida, foi encontrado nesta ilha do Oceano Índico.

Neste domingo, policiais recuperaram uma peça de 10 x 10 centímetros no litoral de Saint Denis, norte da ilha. O pedaço havia sido encontrado por um morador. Depois de uma rápida verificação, os agentes alertaram a brigada de transporte aéreo, responsável pelas investigações.

Os investigadores não fizeram comentários sobre a procedência e a natureza do objeto.

"Está começando (na ilha) uma espécie de 'caça ao tesouro' e nos chamam por qualquer coisa", disse a fonte ligada às investigações.

Também neste domingo em Saint André, local onde foi encontrado o pedaço da asa de avião, um homem entregou à polícia um fragmento de alumínio de 70 centímetros, por suspeitar que era parte de uma porta de avião.

"As pessoas estão mais alertas. O menor objeto de metal que encontram na praia já pensam que pertence ao voo MH370, mas objetos deste tipo estão em toda a costa, o mar os carrega continuamente", explicou Jean-Yves Sambimanan, diretor de comunicação da localidade de Saint-André.

O fragmento de asa encontrado em Reunião chegou no sábado a um laboratório de Toulouse (sul da França), onde será examinado a partir de quarta-feira.

Mas a simples peça provavelmente não será suficiente para solucionar o enigma.

"Não se deve esperar milagres da análise", advertiu Jean-Paul Troadec, ex-diretor do Escritório de Investigação e Análises (BEA).

Pierre Bascary, ex-diretor da Direção Geral de Armamento (DGA) tem a mesma prudência: para tirar conclusões seria necessário que a peça estivesse no centro do acidente e as possibilidades são bastante escassas.

"Com dois metros quadrados de avião, será muito difícil ter a certeza do que aconteceu", completou.

cto-mig/fp