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Levy: Brasil espera retomar ritmo de crescimento após 'incertezas'

09/10/2015 21h12

Lima, 10 Out 2015 (AFP) - Sétima economia do mundo, o Brasil, que está imerso em uma recessão acompanhada de uma crise de governabilidade, espera retomar um forte ritmo de crescimento quando passarem "as incertezas" que atrasaram decisões de investimentos, afirmou nesta sexta-feira, em Lima, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy.

"Com o que acontece no Brasil, muitas pessoas (investidores) estão atrasando suas decisões importantes por causa das incertezas que abrangem vários aspectos da vida econômica", explicou Levy durante coletiva de imprensa, durante a reunião anual do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial.

"Como o PIB é resultado de decisões, o vemos cair. Na medida em que a incerteza se dissipar (...), veremos uma retomada relativamente forte", acrescentou, sem no entanto dar prazos.

De acordo com o FMI, o Brasil terá contração de 3% em 2015 e de 1% em 2016.

Além de ser afetado pela queda do preço das matérias-primas, o Brasil passa por uma forte crise política e de governo, agravada por um escândalo de corrupção e pagamento de propinas envolvendo a Petrobras, o Partido dos Trabalhadores (PT), empresários, políticos e lobistas.

A presidente Dilma Rousseff anunciou recentemente uma reforma em seu gabinete para fortalecer seu apoio no Congresso e aprovar um pacote de ajustes, em meio a pedidos de impeachment.

A governabilidade se tornou uma prioridade para ela, que segundo as pesquisas conta com o apoio de apenas 10% da população.

As incertezas sobre a economia também levaram o real a perder 29% de seu valor este ano, embora para o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, esta tenha sido uma reação exagerada.

"Vimos agora uma redução da volatilidade. Houve certo exagero, na minha opinião", disse durante coletiva em Lima.

Tombini afirmou que o BC está tendo sucesso em ancorar as expectativas de inflação no médio e no longo prazos.

A inflação no Brasil subiu 0,54% em setembro e acumula 9,49% em 12 meses, um valor sutilmente inferior ao marcado em agosto, embora ainda perto do máximo anual em 12 anos, alcançado em julho.