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EUA crescem no 3º trimestre e Fed tem mais argumentos para aumentar juros

24/11/2015 18h04

Washington, 24 Nov 2015 (AFP) - O crescimento dos Estados Unidos foi relativamente sólido no terceiro trimestre e deu um novo argumento ao Federal Reserve (Fed) para aumentar em dezembro sua taxa de juros, mantidas em quase zero desde 2008.

Durante o terceiro trimestre, a economia cresceu 2,1% em ritmo anual, segundo a segunda estimativa do Departamento de Comércio, divulgada nesta terça-feira. A primeira avaliação foi de 1,5%.

Entretanto, esse crescimento teve um ritmo menor do que o do segundo trimestre, que foi de 3,9% após o rigoroso inverno do começo de 2015.

Os analistas esperavam para o terceiro trimestre uma revisão de crescimento de menos 2%.

A moderada expansão foi puxada pelos consumidores. Seus gastos, que normalmente representam dois terços do PIB, avançaram 3%; pouco menos do que o previsto.

Pelo lado das empresas, o acúmulo de estoques pesou menos do que o previsto sobre a produção.

Apesar dos menores investimentos na indústria petroleira, que caíram 7,1%, as companhias continuaram aumentando os gastos (+2,48%), mas ritmo menor do que no trimestre anterior.

O mercado imobiliário aumentou 7,3% entre julho e setembro, superando as previsões. Esse dinamismo foi confirmado nesta terça-feira quando o índice imobiliário Case Shiller registrou um aumento de 0,6% nos preços dos imóveis em setembro.

"Normalizar a taxa de juros"As exportações, contudo, cresceram menos do que no segundo trimestre em um contexto de valorização do dólar, que prejudica as vendas americanas ao exterior.

As importações, por outro lado, continuaram aumentando, já que os produtos estrangeiros ficam mais baratos em dólares.

"A demanda estrangeira, que está mais fraca, continua pesando no crescimento, o que ressalta a importância de políticas de apoio à demanda interna em vez de uma inútil austeridade", reagiu a Casa Branca em comunicado.

Aos olhos do Fed, cujo Comitê de Política Monetária se reúne em 15 e 16 de dezembro, esse ritmo de crescimento confirma que aumentar a taxa de juros é possível.

"A revisão (do crescimento) não significa muito. É suficiente para permitir um aumento dos juros, mas não o suficiente para exigir esse aumento", sintetizou o economista do FTN Financial, Chris Low.

A presidente do Fed, Janet Yellen, disse na segunda-feira que "se a economia continuar crescendo, o mercado de trabalho progredindo e a inflação se orientar à nossa meta (...) será apropriado começar a normalizar a taxa de juros".

O peso das tensões mundiaisO economista independente Joel Naroff se questiona se os atentados em Paris e as consequentes preocupações mundiais pesarão.

"Seria uma reação lógica, mas a história mostra que os grandes acontecimentos negativos raramente atrapalham a economia", disse, citando como exemplo o crescimento dos EUA logo após os atentados de 11 de Setembro.

"Os ataques atuais não farão mais do que aumentar os gastos com segurança. Mesmo se os consumidores optarem por ser mais prudentes, os gastos subirão rapidamente", acrescentou.

O Fed espera que em 2015 Estados Unidos crescerá 2,1% contra 2,4% do ano passado. Muitos economistas esperam que o crescimento seja de 2,5%.