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Multiplicação de catástrofes climáticas ameaça segurança alimentar, diz FAO

26/11/2015 16h03

Roma, 26 Nov 2015 (AFP) - A multiplicação das catástrofes ligadas ao clima ameaça cada vez mais a segurança alimentar, ressaltou a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) em estudo publicado nesta quinta-feira - a poucos dias da Conferência do Clima de Paris (COP 21).

"Globalmente , de 2003 a 2013 - o período abrangido pelo estudo - o número médio anual de desastres causados por todos os tipos de desastres naturais, incluindo os fenômenos relacionados ao clima, quase dobrou desde os anos 1980. Os prejuízos econômicos são estimados em 1,5 trilhões de dólares", disse a FAO em comunicado.

Com atenção especial aos "impactos dos desastres relacionados ao clima nos países em desenvolvimento, cerca de 25% do impacto econômico afetou os setores da agricultura, pecuária, pesca e floresta. Em termos de seca, mais de 80% dos danos e perdas têm afetado o setor agrícola", aponta o relatório.

O documento "é baseado em uma revisão de 78 avaliações de campo (...) após 140 desastres de média ou grande proporção - isto é, afetando pelo menos 250.000 pessoas", disse a organização com base em Roma.

A seca é particularmente prejudicial para a agricultura na África sub-saariana, onde causa cerca de 90% das perdas de produção do setor que contribui em média para um quarto do PIB, ou mesmo metade, incluindo p agroalimentar, afirmou a FAO.

Muitos países asiáticos, no entanto, são particularmente vulneráveis ao impacto das inundações e tempestades.

As inundações são a fonte de mais da metade dos danos e prejuízos causados nas plantações, que também são muito vulneráveis a tempestades e secas, acrescentou a FAO.

Além da perda de produção, o estudo mostra como os desastres podem ser uma fonte de desemprego e rendimentos erosão, especialmente os pequenos agricultores familiares, ameaçando assim os meios de subsistência rurais, ressaltou a FAO.

Por exemplo, as inundações de 2010 no Paquistão afetaram 4,5 milhões de trabalhadores, dos quais dois terços estavam no setor agrícola, disse a agência.