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Índia confirma crescimento econômico maior que o da China

30/11/2015 16h25

Mumbai, 30 Nov 2015 (AFP) - O crescimento econômico na Índia foi de 7,4% ao ano no último trimestre (julho-setembro) - de acordo com dados divulgados nesta segunda-feira (30), confirmando um ritmo superior ao da vizinha China, segunda economia mundial.

Esse percentual é um pouco maior do que o previsto pelos economistas consultados pela agência de notícias Bloomberg, que esperavam um crescimento de 7,3% do PIB (Produto Interno Bruto) indiano de 7,3% nesse trimestre, o segundo do ano fiscal.

No primeiro trimestre, o crescimento tinha sido de 7%, segundo dados do Ministério indiano de Estatísticas.

O resultado do segundo trimestre é boa notícia para o primeiro-ministro Narendra Modi. No início de novembro, o premiê sofreu uma severa derrota no Estado de Bihar, que significou um revés para sua política de reformas.

Desde que chegou ao poder em maio de 2014, Modi fixou como meta reativar o crescimento e o investimento na Índia, país que agora conseguiu três trimestres consecutivos com crescimentos de mais 7% ao ano.

O governo da Índia anunciou em março uma previsão de crescimento de 7,4% para este ano financeiro.

Com isso, superaria a China, transformando-se no país de mais rápido crescimento econômico entre as grandes nações. Esse título pertenceu à China durante anos.

A China registrou um crescimento de 6,9% ao ano no terceiro trimestre, o menor nível desde a crise financeira de 2009.

"A China era líder em termos de crescimento há duas décadas, até o final de 2014, mas a Índia vai ditar o ritmo para os dois ou três anos que vêm", opina Sujan Hajra, economista-chefe da corretora Anand Rathi Securities.

O tamanho da economia indiana continua sendo muito menor do que o da China, superada apenas no PIB total pelos Estados Unidos.

"A Índia é agora um ponto de importante ancoragem para uma economia mundial em plena desaceleração", afirmou o economista.

A economia dos grandes países emergentes está em dificuldade: o PIB da Rússia caiu 4,1% no mesmo trimestre, e o do Brasil deve registrar um retrocesso de 4,2%.

Os investidores questionam a capacidade da economia indiana para gerar os 10 milhões de empregos necessários por ano para os novos ativos que chegam ao mercado.

No entanto, o dinamismo da Índia se reflete em alguns dados. Segundo a Agência Internacional de Energia (AIE), a Índia, grande consumidora de energia, será em 2040 o país que mais contribuiu com o aumento mundial da demanda energética e potenciará suas capacidades produtivas em todas as direções.

Além disso, a Índia é o segundo mercado do mundo para mercados móveis e já conta com 950 milhões de assinaturas de planos de telefonia móvel, em um país com 140 milhões de smartphones.

Segundo um estudo da Cisco publicado neste ano, o número de smartphones na Índia pode chegar a 650 milhões nos próximos quatro anos.

A principal operadora de telefonia móvel da Índia, a Bharti Airtel, anunciou nesta segunda-feira um plano de investimentos de US$ 9 bilhões em três anos para este setor.