Exportações chinesas voltam a crescer após 8 meses de queda
Pequim, 13 Abr 2016 (AFP) - As exportações da China, principal potência comercial do mundo, voltaram a crescer com força em março, após oito meses consecutivos de queda, sinal de que a segunda maior economia do planeta tende a seguir para a estabilização.
As exportações do gigante asiático aumentaram 11,5% em ritmo anual, a US$ 160,8 bilhões, de acordo com dados oficiais divulgados nesta quarta-feira (13).
Os analistas consultorias da agência Bloomberg esperavam em média um aumento de 10%.
A recuperação é muito forte, após oito meses de quedas. As exportações chegaram a registrar queda de 25% em ritmo anual em fevereiro, o maior retrocesso em seis anos.
As importações do país, que sofrem há mais de um ano com a desaceleração da economia, também registraram recuperação, com uma queda moderada.
Em março caíram 7,6% em ritmo anual, a US$ 130,9 bilhões, resultado consideravelmente melhor que os retrocessos de 20% em janeiro e de 13,8% em fevereiro.
O superavit comercial de março foi de US$ 29,9 bilhões, quase 10 vezes superior que o nível registrado em março de 2015.
Setor industrial
De acordo com o banco ANZ, esses bons resultados das exportações e do comércio podem refletir a melhora da atividade dos subcontratantes da indústria eletrônica e, de forma mais geral, a recente recuperação do setor industrial.
A atividade industrial registrou em março uma vigorosa e inesperada recuperação, depois de uma contínua contração desde meados de 2015, segundo o índice oficial PMI.
Uma melhora no preço das matérias-primas - cuja queda no ano passado reduziu drasticamente o valor das importações chinesas - também desempenhou um papel importante, segundo os especialistas do Bank of America Merrill Lynch.
As alfândegas do país falam de "um crescimento saudável dos volumes importados", o que segundo a consultoria Capital Economics "se soma aos muitos sinais (positivos) que demonstram que o pessimismo sobre a saúde econômica da China não faz sentido".
A China continua sendo um enorme consumidor de matérias-primas, e seus dados econômicos influenciam nas cotações mundiais, podendo privar os países produtores de importantes receitas.
Os acordos de livre-comércio com outros países e uma estabilização do yuan também têm ajudado a estimular as exportações chinesas, segundo Huang Songping, porta-voz da administração das alfândegas.
"A conjuntura econômica mundial está cheia de incertezas, a situação do comércio chinês continua sendo complicada e evidentes obstáculos persistem para que melhore", adverte Huang.
Cético, ele lembrou que as trocas comerciais com a União Europeia e com os Estados Unidos, os dois principais parceiros comerciais de Pequim, continuam caindo.
Opiniões generalizadas apontam que as perspectivas da economia chinesa continuam sendo incertas, e qualquer melhora é precária: o setor industrial continua prejudicado por sua capacidade de produção e por um pesado endividamento; a emergência dos créditos podres é preocupante; e as reformas estruturais para reajustar o modelo de crescimento são lentas.
Os analistas consultados pela AFP apostam em uma nova desaceleração do crescimento chinês no primeiro trimestre, a 6,7%, após os 6,9% do ano passado, que já foi o menor aumento do PIB chinês em 25 anos.
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