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Fitch volta a baixar nota da dívida do Brasil

05/05/2016 20h57

San Francisco, 5 Mai 2016 (AFP) - A agência classificação de risco Fitch voltou a rebaixar a nota da dívida do Brasil no longo prazo, de "BB+" para "BB", e manteve a perspectiva negativa.

Em meados de dezembro, a Fitch tinha rebaixado o Brasil para a categoria especulativa da dívida, classificando-a com a nota "BB+".

A perspectiva negativa significa que a agência pode continuar rebaixando a nota do Brasil.

Em seu comunicado, a Fitch disse que levou em conta "a contração econômica mais forte do que o previsto, o fracasso do governo em estabilizar as previsões para as finanças públicas". Também valorizou como negativo "o bloqueio político que perdura e a elevada incerteza política" que castiga a confiança e a governabilidade do país.

O Brasil caminha para seu maior período recessivo em 80 anos em meio a uma crise política que tem sua presidente, Dilma Rousseff, confrontada a um processo de impeachment por suspeita de maquiagem de contas públicas.

Ao mesmo tempo, um gigantesco esquema de corrupção, descoberto na Petrobras, mantém em xeque dezenas de políticos e empresários.

O longo processo que Dilma enfrenta a deixa à beira de perder o mandato. Pesquisas e analistas sustentam que ela será afastada do cargo para enfrentar o julgamento de destituição por um período máximo de 180 dias.

Se Dilma for afastada, as rédeas do país ficarão nas mãos do vice-presidente Michel Temer.

Segundo a Fitch, as investigações sobre a corrupção, o julgamento da presidente e as manifestações de rua "contaminam o ambiente político".

A agência admite que uma transição "poderia representar uma nova oportunidade para proceder a ajustes econômicos e reformas", mas sua implantação, sustentou, trouxe riscos.

A incerteza política, somada à queda dos preços das matérias-primas nos mercados e ao desaquecimento da economia chinesa contribuem, segundo a Fitch, à deterioração da economia do país.

A Agência estima que o Produto Interno Bruto do Brasil cairá 3,8% este ano e aumentará apenas 0,5% em 2017.