Trump tenta conter recontagem de votos e continua montando seu governo
Nova York, 3 dez 2016 (AFP) - O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou nesta sexta-feira a Nova York para continuar formando sua equipe de governo, depois que seus advogados fizeram uma série de ações para conter a recontagem de votos das eleições em três estados-chave do 'cinturão industrial'.
Os advogados de Trump pretendem deter a revisão dos votos pedida pela candidata presidencial do Partido Verde, Jill Stein, apoiada pela democrata Hillary Clinton em Wisconsin, Michigan e Pensilvânia.
Enquanto Trump voltava a manter entrevistas com potenciais membros de seu gabinete e outros funcionários em seu QG na Torre Trump, em Manhattan, Nova York, seus advogados apresentavam uma ação na Pensilvânia para bloquear solicitação de Stein.
Eles argumentam que a recontagem colocaria o estado em "grave risco" de que seus representantes no colégio eleitoral, que deve nomear formalmente o presidente em 19 de dezembro, não cheguem a ser certificados até a data limite de 13 de dezembro.
Iniciativas legais similares serão lançadas em Wisconsin e Michigan, onde o procurador-geral Bill Schuette, um republicano, afirmou que o pedido de Stein é excessivo, ao ter obtido neste estado um resultado baixo demais (1%) para "legitimar uma recontagem".
"Sua negativa em aceitar o resultado eleitoral registrado neste estado representa uma ameaça aos contribuintes e abusa das leis de Michigan", disse Schuette em um comunicado.
AgradecimentoA zona manufatureira do 'cinturão industrial' (Rust Belt, em inglês) - que no passado recente esteve sob controle democrata - foi fundamental para a vitória de Trump nas eleições de 8 de novembro.
Trump elegeu a cidade de Cincinnati, em Ohio, um dos estados que compõem esta região, para iniciar uma viagem de "agradecimento" por sua eleição, que o levará na semana que vem a Carolina do Norte e Iowa.
O presidente eleito aproveitou a viagem para antecipar que indicaria o general reformado James Mattis como novo secretário da Defesa, mas mantém todos especulando sobre seus próximos passos.
O ex-embaixador dos Estados Unidos na ONU, John Bolton, que fontes apontam como um dos aspirantes ao cargo de secretário de Estado, é um dos que Trump receberá em seu escritório, em Manhattan.
A decisão de escolher Mattis foi bem recebida por aliados republicanos e opositores democratas, embora gere uma situação incomum em um país com tradição de controle civil sobre os militares.
Mattis é um militar reformado do Corpo de Marines, conhecido pelo apelido de "Mad Dog" (Cachorro Louco) devido à sua retórica feroz desde que conduziu as tropas americanas no Iraque e no Afeganistão.
Contatos incomunsEmbora em alguns momentos pareça surpreso pelo poder e pela influência que agora tem nas mãos, Trump claramente está desfrutando do processo de formar sua equipe de governo.
O ex-candidato presidencial republicano Mitt Romney chegou a dizer durante a campanha que Trump era um "charlatão" e uma "fraude", embora agora aspire a conseguir o cargo de secretário de Estado.
Após a segunda reunião mantida entre ambos, Trump comentou no Twitter que Romney foi "muito elegante" e que houve "realmente boa química" no encontro.
Romney, um bilionário influente no partido, disputa o cargo com o legislador Bob Corker (presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado) e o ex-prefeito de Nova York Rudy Giuliani.
Enquanto mantém debaixo da manga a carta que jogará para escolher seu encarregado da diplomacia, Trump já manteve conversações com diversos líderes estrangeiros, contatos que geraram certa preocupação.
Nesta sexta-feira, ele rompeu com décadas de política externa americana ao conversar com a presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, sob o risco de provocar uma séria controversa com a China.
"Durante a conversa, ambos mencionaram os estreitos laços econômicos, políticos e de segurança" entre Taiwan e Estados Unidos, indicou a equipe de transição americana em uma minuta sobre o telefonema.
Em mensagem postada no Twitter, Trump definiu o primeiro-ministro do Paquistão, Nawaz Sharif, como "um cara esplêndido", um gesto pouco comum para presidentes americanos.
Em novembro, quando surpreendentemente recebeu em seus escritórios de Nova York a visita do premiê do Japão, Shinzo Abe, Trump surpreendeu a todos ao convidar sua filha, Ivanka, para participar do encontro.
"Muito presidencial"Nesta sexta-feira, Trump anunciou a formação de um Fórum de Estratégia e Política, um grupo consultivo formado por diretores das maiores empresas do país e banqueiros ligados a Wall Street.
Este conselho deverá se reunir pela primeira vez na Casa Branca no começo de fevereiro, sob a condução de Stephen Schwarzman, diretor-gerente do fundo de investimentos Blackstone, que administra ativos no valor de 361 bilhões de dólares.
Apesar de tudo, as críticas ao seu estilo parecem não abalar o presidente eleito.
Na quinta-feira, durante visita a uma fábrica de aparelhos de ar condicionado em Indianápolis, Indiana, Trump vangloriou-se de ter apoiado isenções fiscais milionárias a esta empresa para evitar a realocação de mil postos de trabalho no México.
"Eu penso que é muito presidencial fazê-lo. E se não for presidencial, está bem da mesma forma porque gosto de fazê-lo", disse.
Os advogados de Trump pretendem deter a revisão dos votos pedida pela candidata presidencial do Partido Verde, Jill Stein, apoiada pela democrata Hillary Clinton em Wisconsin, Michigan e Pensilvânia.
Enquanto Trump voltava a manter entrevistas com potenciais membros de seu gabinete e outros funcionários em seu QG na Torre Trump, em Manhattan, Nova York, seus advogados apresentavam uma ação na Pensilvânia para bloquear solicitação de Stein.
Eles argumentam que a recontagem colocaria o estado em "grave risco" de que seus representantes no colégio eleitoral, que deve nomear formalmente o presidente em 19 de dezembro, não cheguem a ser certificados até a data limite de 13 de dezembro.
Iniciativas legais similares serão lançadas em Wisconsin e Michigan, onde o procurador-geral Bill Schuette, um republicano, afirmou que o pedido de Stein é excessivo, ao ter obtido neste estado um resultado baixo demais (1%) para "legitimar uma recontagem".
"Sua negativa em aceitar o resultado eleitoral registrado neste estado representa uma ameaça aos contribuintes e abusa das leis de Michigan", disse Schuette em um comunicado.
AgradecimentoA zona manufatureira do 'cinturão industrial' (Rust Belt, em inglês) - que no passado recente esteve sob controle democrata - foi fundamental para a vitória de Trump nas eleições de 8 de novembro.
Trump elegeu a cidade de Cincinnati, em Ohio, um dos estados que compõem esta região, para iniciar uma viagem de "agradecimento" por sua eleição, que o levará na semana que vem a Carolina do Norte e Iowa.
O presidente eleito aproveitou a viagem para antecipar que indicaria o general reformado James Mattis como novo secretário da Defesa, mas mantém todos especulando sobre seus próximos passos.
O ex-embaixador dos Estados Unidos na ONU, John Bolton, que fontes apontam como um dos aspirantes ao cargo de secretário de Estado, é um dos que Trump receberá em seu escritório, em Manhattan.
A decisão de escolher Mattis foi bem recebida por aliados republicanos e opositores democratas, embora gere uma situação incomum em um país com tradição de controle civil sobre os militares.
Mattis é um militar reformado do Corpo de Marines, conhecido pelo apelido de "Mad Dog" (Cachorro Louco) devido à sua retórica feroz desde que conduziu as tropas americanas no Iraque e no Afeganistão.
Contatos incomunsEmbora em alguns momentos pareça surpreso pelo poder e pela influência que agora tem nas mãos, Trump claramente está desfrutando do processo de formar sua equipe de governo.
O ex-candidato presidencial republicano Mitt Romney chegou a dizer durante a campanha que Trump era um "charlatão" e uma "fraude", embora agora aspire a conseguir o cargo de secretário de Estado.
Após a segunda reunião mantida entre ambos, Trump comentou no Twitter que Romney foi "muito elegante" e que houve "realmente boa química" no encontro.
Romney, um bilionário influente no partido, disputa o cargo com o legislador Bob Corker (presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado) e o ex-prefeito de Nova York Rudy Giuliani.
Enquanto mantém debaixo da manga a carta que jogará para escolher seu encarregado da diplomacia, Trump já manteve conversações com diversos líderes estrangeiros, contatos que geraram certa preocupação.
Nesta sexta-feira, ele rompeu com décadas de política externa americana ao conversar com a presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, sob o risco de provocar uma séria controversa com a China.
"Durante a conversa, ambos mencionaram os estreitos laços econômicos, políticos e de segurança" entre Taiwan e Estados Unidos, indicou a equipe de transição americana em uma minuta sobre o telefonema.
Em mensagem postada no Twitter, Trump definiu o primeiro-ministro do Paquistão, Nawaz Sharif, como "um cara esplêndido", um gesto pouco comum para presidentes americanos.
Em novembro, quando surpreendentemente recebeu em seus escritórios de Nova York a visita do premiê do Japão, Shinzo Abe, Trump surpreendeu a todos ao convidar sua filha, Ivanka, para participar do encontro.
"Muito presidencial"Nesta sexta-feira, Trump anunciou a formação de um Fórum de Estratégia e Política, um grupo consultivo formado por diretores das maiores empresas do país e banqueiros ligados a Wall Street.
Este conselho deverá se reunir pela primeira vez na Casa Branca no começo de fevereiro, sob a condução de Stephen Schwarzman, diretor-gerente do fundo de investimentos Blackstone, que administra ativos no valor de 361 bilhões de dólares.
Apesar de tudo, as críticas ao seu estilo parecem não abalar o presidente eleito.
Na quinta-feira, durante visita a uma fábrica de aparelhos de ar condicionado em Indianápolis, Indiana, Trump vangloriou-se de ter apoiado isenções fiscais milionárias a esta empresa para evitar a realocação de mil postos de trabalho no México.
"Eu penso que é muito presidencial fazê-lo. E se não for presidencial, está bem da mesma forma porque gosto de fazê-lo", disse.
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