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Trump analisa aplicar tarifas adicionais de US$ 100 bi à China

Mandel Ngan/AFP
Imagem: Mandel Ngan/AFP

Em Washington

05/04/2018 23h46

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aumentou dramaticamente nesta quinta-feira (5) as possibilidades de desatar uma guerra comercial com a China ao anunciar que considera aplicar tarifas adicionais de 100 bilhões de dólares como nova represália.

Depois de ter promovido a aplicação de tarifas punitivas de 50 bilhões de dólares a produtos chineses, Trump respondeu às contra-medidas chinesas duplicando a quantia.

"Em vez de corrigir sua má conduta, a China optou por prejudicar nossos fazendeiros e industriais", afirmou Trump em uma desafiante declaração.

"À luz da injusta represália da China", Trump assegurou que ordenou a seus funcionários comerciais considerarem se seria apropriado impor tarifas adicionais por 100 bilhões de dólares.

Trump disse que ainda está aberto a dialogar para chegar a um "comércio livre, limpo, justo e recíproco".

A China abriu ação formal nesta quinta-feira contra os Estados Unidos na Organização Mundial de Comércio pelas "medidas tarifárias sobre produtos chineses" que considera serem aplicadas por Washington.

Embora a primeira lista de importações chinesas a serem taxadas não tenha sido concluída e as medidas ainda não tenham sido aplicadas, Pequim não demorou para planejar represálias.

O governo chinês revelou planos de impor elevadas tarifas a produtos que atingem o cerne da economia americana; entre eles soja, aeronaves e carros.

A perspectiva de uma guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo gerou uma elevada incerteza nos mercados, onde os investidores não conseguem discernir se as ameaças serão realidade.

"O presidente Trump propõe uma resposta apropriada à ameaça recente da China de impor novas tarifas aduaneiras. Após uma análise detalhada, o escritório do Representante do Comércio (USTR) encontrou provas irrefutáveis de que as ações da China ameaçam a economia americana", explicou o representante do órgão, Robert Lighthizer.

A USTR voltou a denunciar as práticas chinesas que envolvem roubo de propriedade intelectual das empresas americanas desejam fazer negócio na China.

"As economias de todo o mundo - incluindo a chinesa - aproveitariam a aplicação à China de políticas que realmente recompensem o trabalho duro e a inovação..."