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Em Davos, Guaidó pede ajuda contra "ditadura" de Maduro na Venezuela

23.jan.2020 - O líder de oposição venezuelano Juan Guaidó participa do Fórum Econômico Mundial, em Davos (Suíça) - Fabrice Coffrini/AFP
23.jan.2020 - O líder de oposição venezuelano Juan Guaidó participa do Fórum Econômico Mundial, em Davos (Suíça) Imagem: Fabrice Coffrini/AFP

Davos

23/01/2020 08h58

Um ano depois de ter sido reconhecido por cerca de 50 países como presidente encarregado da Venezuela, o opositor Juan Guaidó pediu hoje aos líderes mundiais reunidos em Davos ajuda contra a "ditadura" de Nicolás Maduro.

"Hoje - e por isso estamos aqui -, não podemos sozinhos. Enfrentamos um conglomerado internacional, criminoso e precisamos de sua ajuda", afirmou Guaidó, em um discurso na sala de conferências do Fórum Econômico Mundial, que é realizado em Davos, na Suíça.

Sua visita a Davos coincide com o primeiro aniversário de sua autoproclamação como presidente encarregado da Venezuela, realizada em 23 de janeiro de 2019, em Caracas.

"Europa, Grupo de Lima, Estados Unidos: estamos todos reunidos para conseguir uma eleição livre, real, transparente. Nos mobilizamos vez e outra e vamos continuar fazendo isso", afirmou.

Um ano depois da autoproclamação de Guaidó, sua ofensiva contra o governo Maduro parece estancada, apesar do apoio internacional, que inclui os Estados Unidos, os 25 países da União Europeia e vizinhos da região, como Equador e Colômbia.

Em seu discurso, Guaidó apresentou um panorama sombrio para a Venezuela, país que enfrenta - segundo ele - "uma tragédia sem precedentes".

"A Venezuela não é um país em guerra. Não ouvimos as bombas, mas sentimos o pranto, a dor das mães", declarou.

Ontem, em Davos, o presidente espanhol, Pedro Sánchez, reuniu-se com o presidente colombiano, Iván Duque, e com o presidente do Equador, Lenín Moreno. Os três trataram "da situação na Venezuela, onde são urgentes eleições livres e democráticas", conforme tuíte em sua conta oficial.

Violando uma proibição de sair do país, Guaidó viajou esta semana para a Colômbia e, de lá, seguiu para a Europa. O líder opositor venezuelano já se reuniu com autoridades britânicas no Reino Unido e com representantes europeus, em Bruxelas.

Em Bogotá, na segunda-feira (20), Guaidó foi recebido com honras de chefe de Estado e se reuniu com o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, que lhe prometeu um maior apoio em sua luta para tirar Maduro do poder.

"Temos uma relação ativa, amistosa [com Juan Guaidó] (...). Estamos sempre buscando novas iniciativas para que esta grande coalizão continue crescendo e que possamos ver eleições livres na Venezuela em breve", disse o presidente colombiano na terça-feira (21).

O pedido de Guaidó é o mesmo. "Apoio para conseguir eleições livres e justas e para lutar contra a ditadura", reiterou ele, em entrevista ontem à rede BBC.

Em Bruxelas, ontem, a União Europeia expressou seu "firme apoio" a Guaidó. O venezuelano foi recebido pelo chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, pela vice-presidente da Comissão, Margaritis Schinas, e por eurodeputados.

A representante diplomática de Juan Guaidó na Bélgica e na União Europeia (UE), María del Carmen Ponte, pediu ontem à Itália, ao Chipre e à Eslováquia que o reconheçam como presidente interino da Venezuela. Estes três são os únicos dos 28 do bloco que ainda não o fizeram.

"Estamos solicitando a ampliação da coalizão na Europa, que os países que faltam reconhecer [Guaidó] o façam", afirmou Ponte, em conversa com a AFP em Bruxelas.

"A mensagem é o apelo à Europa (...) para reforçar o apoio e a pressão, para chegar a uma solução política que nos leve ao que sempre viemos pedindo: eleições livres e justas", explicou ela à AFP.

A representante diplomática de Guaidó ressaltou que a resposta da UE "aumentou à medida que foi-se agravando a situação na Venezuela". Além do reconhecimento de Guaidó, ela pede que se reconheça seus representantes como "embaixadores".

"Frente a esse regime, não podemos reagir sozinhos na Venezuela", insistiu Ponte, que classificou a viagem de Guaidó como um "grande passo" para "sensibilizar e solicitar o apoio mais firme" da comunidade internacional. Nesse sentido, considerou o encontro com Borrell "muito importante".

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