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Opep e aliados estudam manter corte da produção; petróleo fecha em baixa

Opep e aliados estudam manter corte da produção; petróleo fecha em baixa - Leonhard Foeger
Opep e aliados estudam manter corte da produção; petróleo fecha em baixa Imagem: Leonhard Foeger

30/11/2020 19h49

Londres, 30 Nov 2020 (AFP) - Os integrantes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) reuniram-se hoje, no início de uma cúpula ministerial de dois dias que busca um acordo sobre as cotas de produção de petróleo, diante de um mercado com demanda em baixa devido à pandemia.

As cotações do petróleo caíram hoje. O barril do Brent do Mar do Norte para entrega em janeiro, em seu último dia de cotação, perdeu 1,22%, a 47,59 dólares. Em Nova York, o barril do WTI para a mesma entrega cedeu 0,4%, a 45,34 dólares. No mês de novembro, Brent e WTI subiram 27%.

A Opep e seus 10 aliados reunidos na Opep+ decidiram retomar amanhã as conversas sobre o futuro da produção. "A maioria dos investidores pensava que o adiamento do aumento da produção da Opep era um assunto encerrado, que deveria apenas ser formalizado hoje. A realidade não é tão precisa", resumiu Bjornar Tonhaugen, analista da Rystad.

O objetivo comum da aliança dos países produtores de petróleo é manter à tona um setor duramente atingido pela pandemia, que, após atingir o fundo do poço em abril, recupera aos poucos o nível de preços. Para isso, o cartel terá que reduzir drasticamente a produção do chamado "ouro negro" e adaptá-la a uma demanda que está pelos terrenos, estratégia que traz pouca receita, mas permite relançar os preços.

Aos 13 países membros do cartel da Opep juntam-se nesta terça-feira os 10 países associados, conhecidos como Opep +, entre os quais se destaca a Rússia.

Reunião sob incertezas

Pelo acordo em vigor alcançado em abril, a retirada do mercado de 7,7 milhões de barris por dia (mbd) teria que ser reduzida para 5,8 mbd a partir de janeiro de 2021, mas a maioria dos observadores concorda que haverá um adiamento de três a seis meses, uma vez que o efeito da segunda onda da covid-19 não foi previsto.

No entanto, os progressos recentes nas vacinas contra o novo coronavírus dos laboratórios AstraZeneca, Pfizer/BioNTech ou Moderna têm permitido um aumento nos preços do petróleo, o que traz alguma incerteza a uma reunião que já este ano foi marcado por divergências.

A primeira cúpula de 2020, que ocorreu em março na sede da organização na Áustria, foi um grande fiasco. Rússia e Arábia Saudita saíram da reunião presas em uma guerra fratricida de preços.

Embora os membros do cartel atualmente compartilhem a meta das cotas de produção, o tema começa a ser espinhoso.

O preço do petróleo subiu 25% desde o início de novembro e se aproximou dos níveis pré-pandêmicos, entre US$ 45 e US$ 50 para o barril WTI americano e do Brent do Mar do Norte, as duas referências do petróleo.

O impacto que as campanhas massivas de vacinação, o retorno à atividade econômica, os deslocamentos e, consequentemente, o aumento do consumo de petróleo, não serão sentidos por vários meses, enquanto a Opep o define, pelo menos, entre o primeiro e o segundo trimestre de 2021.