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Inação climática será mais cara do que adotar medidas, dizem economistas

Se o ritmo atual do aquecimento global se mantiver, os danos econômicos chegarão a 1,7 trilhão de dólares anuais até 2025 - Getty Images
Se o ritmo atual do aquecimento global se mantiver, os danos econômicos chegarão a 1,7 trilhão de dólares anuais até 2025 Imagem: Getty Images

29/03/2021 20h57

Paris, 29 Mar 2021 (AFP) - Adotar medidas para frear o aquecimento global será mais barato do que não fazer nada, asseguram mais de 700 economistas internacionais especialistas no setor consultados em uma pesquisa publicada nesta segunda-feira (29).

Dos 738 economistas interrogados pelo Institute for Policy Integrity da Universidade de Nova York, 66% coincidem em que as vantagens de uma redução líquida das emissões até 2050 seriam maiores do que os custos e 74% asseguram que uma ação "imediata e draconiana" é necessária para reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Em 2015 eram 50%.

"Gente que passou sua carreira estudando a economia está majoritariamente de acordo em que as mudanças climáticas custarão mais caro e serão potencialmente mais devastadoras", diz Peter Howard, diretor do instituto que realizou a pesquisa.

Se o ritmo atual do aquecimento global se mantiver, os danos econômicos chegarão a 1,7 trilhão de dólares anuais até 2025 e cerca de US$ 30 trilhões anuais até 2075, segundo a média de projeções dos economistas interrogados na pesquisa, todos autores de estudos sobre as mudanças climáticas em revistas econômicas.

As consequências econômicas da inação climática não farão mais do que exacerbar as desigualdades de renda entre ricos e pobres, segundo 89% dos pesquisadores. E dentro dos países, 70% estão convencidos de que as mudanças climáticas aumentarão as desigualdades entre as classes populares e os ricos.

Os economistas estão otimistas sobre o desenvolvimento rápido de energias limpas e vaticinam que até 2050 cinquenta por cento da oferta energética mundial será integrada por tecnologias sem emissões contra os atuais 10%.