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Parlamento grego aprova aumento de impostos para novo acordo

Em Atenas

15/07/2015 20h39

Por ampla maioria, o Parlamento da Grécia aprovou as primeiras reformas exigidas pelos credores europeus para liberar um pacote de resgate de 86 bilhões de euros ao país. Apresentadas pelo premier Alexis Tsipras, do partido de extrema-esquerda Syriza, as medidas receberam 229 votos a favor, 64 contra e seis abstenções. Entre os que ficaram contra o plano, está o ex-ministro das Finanças Yanis Varoufakis.   

O projeto apreciado pelos parlamentares consiste em uma manobra financeira de aumento de taxas e corte de gastos que totaliza 3,2 bilhões de euros. Entre outras coisas, o texto elimina um desconto de 30% no Imposto sobre Valor Agregado (IVA) cobrado nas principais ilhas do país e naquelas com maior renda per capita.   

Já as menores e mais pobres seguirão com o regime especial de tributação por mais um ano. Além disso, ele eleva o IVA para hotéis e estruturas receptivas de 13% para 23% e institui novas taxas para bens de luxo, como embarcações privadas com mais de 5 metros de comprimento, aviões, carros de alto padrão e propriedades com piscinas.   

"Assumo toda a responsabilidade e me sinto orgulhoso. Combatemos pelo nosso povo uma luta muito difícil e conseguimos dar uma lição de dignidade a todo o mundo. Um dia essa luta dará os seus frutos", disse Tsipras antes da votação.   

Reforma da previdência social

Apesar da vitória, ele terá de lidar com uma divisão cada vez maior dentro do Syriza. Dos 149 deputados do partido, 32 votaram contra o projeto e seis se abstiveram. Daqui em diante, para manter o acordo com os credores, o primeiro-ministro precisará reformar a previdência social da Grécia, realizar privatizações e ainda permitir que a troika (Banco Central Europeu, Fundo Monetário Internacional e Comissão Europeia) volte a acompanhar as ações do governo.   

Todas essas iniciativas haviam sido duramente atacadas por Tsipras nos últimos anos, quando sua legenda estava na oposição.   

Durante a votação no Parlamento, ele chegou a sinalizar com uma queda do seu gabinete caso o plano não fosse aprovado.