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Brasil foi de 'motor' a 'homem doente' dos mercados emergentes, diz FT

03/08/2015 12h43

O jornal britânico Financial Times afirma, em reportagem publicada nesta segunda-feira, que o Brasil passou de "um dos motores da economia global" para o "homem doente" dos mercados emergentes.

"O país passou de um dos motores da economia global, como umas das nações com crescimento acelerado dos autodenominados Bric, a homem doente dos grandes mercados emergentes", afirma o texto.

"O desemprego está disparando e a confiança empresarial despencando. A Standard and Poor's, agência de classificação de risco, está considerando cortar sua nota de grau de investimento para junk. O país está quebrando todos os recordes da forma errada."

A reportagem, que ocupa uma página inteira do jornal, afirma que, de acordo com o FMI, entre os grandes mercados emergentes, só a Rússia terá um resultado pior que o do Brasil neste ano.

Mas a publicação diz que, segundo economistas, a recessão atual é uma retração cíclica e não uma crise como a que o país enfrentou nos anos 1980 e 1990.

Ressaca

O FT afirma que o país não passa por uma crise contábil ou cambial mas que, assim como outras economias emergentes, está sofrendo com o fim do superciclo das commodities em meio à desaceleração da demanda chinesa e do esgotamento do boom de crédito doméstico.

"Mas a profundidade da ressaca está sendo atribuída às tentativas de Dilma, no primeiro mandato, de prolongar a festa por meio de controle de preços e um programa de estímulo altamente ineficiente", afirma.

O jornal diz ainda que a crise coloca em risco uma grande conquista do PT em seus anos de poder, a criação de uma nova classe média baixa, e que isso também ameaça a presidente Dilma Rousseff.

A publicação diz que a presidente terá que sobreviver aos próximos anos e esperar que a economia se recupere.

O jornal diz que há "sinais reais" de que a política monetária de ajuste do Banco Central está agindo para reduzir a inflação e que, com isto sob controle, as altas taxas de juros podem ser aliviadas, permitindo que a economia respire novamente.