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'Casa Branca voadora': como será o Air Force One que Trump negociou com a Boeing

A Boeing divulgou esta imagem como sendo a do novo avião presidencial americano - Divulgação
A Boeing divulgou esta imagem como sendo a do novo avião presidencial americano Imagem: Divulgação

28/02/2018 15h51

Eles poderão voar nos cenários mais desafiadores - em meio a uma guerra nuclear, por exemplo. Terão sistemas eletrônicos encontrados apenas em aviões militares, aparato avançado de comunicação e um sistema próprio de defesa. Foram desenhados para funcionar como uma espécie de Casa Branca no ar.

Assim serão os dois novos aviões que Donald Trump negociou com a empresa Boeing como parte da renovação da frota aérea destinada a transportar os presidentes americanos.

Os novos Air Force One, como são chamadas as aeronaves presidenciais dos Estados Unidos, serão dois Boeing 747-8, que serão adaptados com escadas internas, uma grande cozinha, sala de comunicações e com equipamentos para "proteger e manter o mandatário e os passageiros a bordo durante longos períodos", disse um porta-voz da companhia.

Bom acordo

De acordo com um porta-voz da Casa Branca, Trump conseguiu um acordo informal com a Boeing para adquirir ambas as aeronaves por US$ 3,9 bilhões, gerando uma economia de US$ 1,4 bilhão, segundo um porta-voz da Casa Branca.

Segundo a Boeing, Trump conseguiu negociar "um bom acordo".

"A Boeing está orgulhosa de construir a nova geração de aviões Air Force One, fornecendo aos presidentes dos Estados Unidos uma 'Casa Branca voadora' com um preço excepcional para os contribuintes", diz o comunicado da empresa.

O governo americano já planejava a compra dos aviões antes de Trump virar presidente. Em dezembro de 2016, antes de sua posse, o empresário questionou a aquisição das aeronaves dizendo que eram muito caras e que o pedido de compra deveria ser cancelado.

"A Boeing está fabricando novos aviões 747 Air Force One para futuros presidentes, mas os custos estão fora de controle, mais de US$ 4 bilhões. Cancelem o pedido!", escreveu Trump no Twitter.

Naquele momento, a Casa Branca questionou as cifras mencionadas por Trump.

"Algumas cifras que estão sendo citadas, devemos dizer, não parecem refletir a natureza do acordo entre a Boeing e o Departamento de Defesa", disse à epoca o então porta-voz da Presidência Josh Earnest.

A afirmação do atual governo de que a negociação poupará aos cofres públicos US$ 1,4 bilhão ainda não foi verificada de maneira independente.

Richard Aboulafia, analista especializado no setor aeroespacial, disse que a Boeing não tinha margem muito grande para oferecer descontos devido à grande proporção de equipamentos que requerem esses aviões e que são fabricados por outras empresas.

"Não há evidência de desconto", disse ele, acrescentando que a Casa Branca estaria fazendo desse assunto um "teatro político".

Aviões de três andares

A denominação Air Force One se aplica a qualquer aeronave que transporte o presidente dos EUA.

O termo é utilizado com mais frequência em referência à atual frota de aviões da Presidência americana, dois Boeing 747-200B, altamente adaptados para suas funções especiais, em serviço desde os anos 1990.

Algumas características dessas aeronaves são:

  • capacidade para reabastecimento em pleno voo
  • equipamentos de comunicação seguros
  • em seu interior o presidente e seus acompanhantes têm 400 m² de espaço distribuídos em três níveis, o que inclui uma suíte presidencial, assim como quartos para assessores, funcionários do serviço secreto e jornalistas
  • conta com médico sempre a bordo e tem uma sala de enfermaria que pode ser convertida em sala de operação
  • duas cozinhas com capacidade preparar refeições para até 100 pessoas de uma vez.

Para ser piloto da Esquadrilha da Fumaça, precisa ter 1.500 horas de voo

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