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A ascensão e queda da primeira empresa a valer US$ 1 trilhão --e que não é a Apple

03/08/2018 11h22

Em números, o valor seria escrito dessa maneira: US$ 1.000.000.000.000. Ele significa um trilhão de dólares, o equivalente a R$ 3,75 trilhões --é o valor atribuído no mercado de ações na quinta-feira (2) à Apple, a empresa que Steve Jobs fundou em 1976 em uma garagem na Califórnia.

É o valor mais alto já registrado na história dos Estados Unidos para uma empresa com ações negociadas na Bolsa.

Muitos meios de comunicação, incluindo a BBC, informaram que essa teria sido a primeira vez que esse limite foi alcançado no mundo. Houve, no entanto, outra gigante a alcançar essa marca antes.

Em 2007, a PetroChina, maior produtora estatal chinesa de petróleo, atingiu essa cifra na Bolsa de Valores de Xangai.

Este recorde, no entanto, é cercado de nuances e polêmica, por isso, é ignorado --ou desconsiderado-- por alguns meios de comunicação.

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A polêmica da PetroChina

Quando a petroleira atingiu esse valor de mercado, há mais de dez anos, apenas 2% de suas ações eram negociadas no mercado e a maioria continuava de propriedade do governo chinês.

Sua cotação em Bolsa atualmente não passa de US$ 205 bilhões (R$ 768,75 bilhões).

Outro fator pelo qual muitos questionam o recorde da PetroChina é que o valor da empresa naquele momento estava amparado na cotação do mercado de ações "A" da China, que rotineiramente atribui avaliações extremamente altas aos emissores.

Àquela época os investidores da China continental só podiam comprar ações no país o que distorcia a relação de oferta e procura resultando em cotações atípicas no preço dos papéis. Esse cenário de certa forma ajuda a entender em parte a acentuada queda no valor de mercado da PetroChina que se seguiu.

Assim, se o preço de aproximadamente 86% das ações que o governo chinês detém fosse fixado em níveis praticados na Bolsa de Hong Kong --que não estava sujeita a essa restrição de Xangai--, a PetroChina teria recebido uma capitalização de mercado de apenas US$ 420 bilhões (R$ 1,57 trilhão), uma posição que a colocaria inclusive ainda atrás da americana Exxon Mobil.

O recorde da Apple

Como foi que a Apple chegou ao valor de mercado de US$ 1 trilhão? O caminho da Apple até o sucesso foi do onipresente iPhone à indústria do entretenimento, passando pelas comunicações e, agora, pelo mercado de ações.

A capitalização da empresa atingiu a cifra recorde nas operações da tarde de quinta-feira na Bolsa de Nova York, depois que o valor de suas ações superou US$ 207 (R$ 776).

Isto significa que as cotações da empresa aumentaram mais de 50.000% desde que apareceram pela primeira vez na Bolsa, em 1980.

Desde então, a Apple evoluiu da venda de telefones e computadores Mac para se transformar em uma companhia pioneira da revolução móvel com uma legião de fãs espalhados pelo mundo.

No início deste ano, a mídia especializada previu que a Apple, a Amazon ou a Alphabet (a empresa-mãe do Google) alcançariam a meta de um trilhão na Bolsa, mas a questão que pairava era qual seria a primeira a bater esse recorde.

As possibilidades de a empresa da icônica logomarca da maçã conseguir esse feito foram previstas há dias, depois de ela informar que seus resultados do último trimestre superaram as expectativas e anunciar que gastou US$ 20 bilhões em ações da própria empresa.

Desde 2011, quando Tim Cook assumiu o cargo de CEO da Apple, após a morte de Jobs, os lucros da empresa dobraram. No entanto, ele teve dificuldade para desenvolver um novo produto que reproduzisse o sucesso do iPhone, cujas vendas caíram nos últimos anos.

De fato, muitos especialistas acreditam que a Apple pode perder sua liderança para empresas como a Alphabet ou o Amazon se não encontrar um novo produto ou serviço capaz de gerar uma demanda maior.

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