IPCA
0,83 Abr.2024
Topo

Viagens terrestres vão superar as aéreas no feriado do Dia de Ação de Graças nos EUA

Lynn Doan

19/11/2014 15h46

19 de novembro (Bloomberg) ? Como os preços da gasolina estão afundando para menos de US$ 3 por galão, os americanos que viajarem de carro na temporada de férias do fim do ano terão muita companhia nas estradas.

Motoristas vão totalizar cerca de 89,5 por cento dos viajantes do período neste ano, um ganho de 0,1 ponto porcentual em relação a 2013, ao passo que os passageiros de aviões cairão na mesma proporção para 7,5 por cento, de acordo com as previsões da IHS Inc., com sede em Englewood, Colorado. É possível que um aumento de 0,1 ponto não pareça muito; no entanto, com base na estimativa de que 39,6 milhões de pessoas viajaram de carro para o Dia de Ação de Graças no ano passado, a proporção equivaleria a adicionar pelo menos 40.000 pessoas às estradas dos EUA.

A preferência pelos carros em detrimento dos aviões se torna mais fácil porque as tarifas aéreas não estão diminuindo como os preços da gasolina nos postos. Embora o desmoronamento do petróleo tenha reduzido 17 por cento os preços atacadistas do combustível para jatos desde agosto, quase igualando a queda de 18 por cento da gasolina varejista, as passagens aéreas aumentaram 3,4 por cento no período, de acordo com dados compilados por grupos do setor.

"A viagem por terra vai superar a aérea", disse Shane Norton, diretor de Economia e Risco-país da IHS, que ajuda o clube automotivo AAA a preparar suas previsões de viagens na temporada. O AAA deve publicar amanhã suas projeções do total de viajantes neste Dia de Ação de Graças. "A preferência pelas viagens de carro parece pequena, tratando-se de um décimo de ponto porcentual, mas estamos subtraindo de uma participação das viagens aéreas inferior a 10 por cento".

Preços no posto

A US$ 2,863 por galão, os preços nos postos dos EUA despencaram para seu mínimo sazonal em cinco anos, e as passagens aéreas para voos domésticos são as mais altas desde pelo menos 2008. As companhias aéreas estão emergindo de anos de fusões e perdas, gastos crescentes e altos custos de combustível, portanto vão embolsar qualquer economia para continuar "pagando as contas", disse John Heimlich, economista-chefe da associação do setor Airlines for America, em uma conferência com repórteres em 6 de novembro.

As linhas aéreas enfrentarão a concorrência mais dura pelas pessoas que viajarão entre 483 e 965 quilômetros, disse Severin Borenstein, diretor do Instituto de Energia da Universidade da Califórnia em Berkeley, Califórnia.

A agência on-line de viagens Priceline Group Inc. estimou em 12 de novembro que um morador de Los Angeles que viajasse 592 quilômetros de carro até Phoenix gastaria US$ 92,40 em combustível, frente a US$ 261 em passagens aéreas. Cruzar os EUA, numa viagem de 4.800 quilômetros até Nova York, custaria US$ 690 de carro e US$ 494 de avião, disse a empresa com sede em Norwalk, Connecticut. As estimativas para as viagens de carro somente consideram os custos do combustível, sem incluir outros gastos, como a manutenção do carro, os pedágios e os estacionamentos.

Mais motoristas

A proporção de pessoas que viajaram mais de 78,4 quilômetros de carro para o Dia de Ação de Graças tem sido de 89 por cento a 90 por cento nos últimos quatro anos, e os passageiros de aviões representaram entre 7 por cento e 8 por cento, disse a AAA, com sede em Heathrow, Flórida. As viagens de carro cresceram de 83 por cento há uma década, ao passo que o trânsito aéreo, que representava 12 por cento, caiu, disse Michael Green, porta-voz da AAA em Washington, por e-mail no dia 12 de novembro.

"As pessoas vão tender mais a dirigir", disse Phil Flynn, analista sênior de mercados do Price Futures Group em Chicago, em entrevista por telefone em 6 de novembro. "Elas vão pensar: 'por que tirar meus sapatos no aeroporto e chegar lá duas horas antes se posso pegar um carro, talvez gastar menos e chegar lá em entre duas e quatro horas?"

Título em inglês: 'Brace for Thanksgiving Traffic as Car-to-Plane Gap Grows: Energy'

Para entrar em contato com a repórter: Lynn Doan, em São Francisco, ldoan6@bloomberg.net