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Lojas de maconha do Colorado oferecem viagem com baseados por US$ 1 no feriado

Duane D. Stanford e Kevin Orland

24/11/2014 18h21

24 de novembro (Bloomberg) ? Os vendedores de maconha estão se preparando para a primeira temporada de feriados desde que a maconha para fins recreativos foi legalizada no Colorado.

Na Grass Station, uma loja em Denver que vende baseados por US$ 7, barras de chocolate por US$ 21 e até um protetor labial por US$ 11, o objetivo é conseguir o mesmo tipo de impulso de vendas que as lojas de departamento ou redes de roupas obtêm depois do Dia de Ação de Graças. Alguns vendedores até mudaram o nome do famoso dia de compras Black Friday para "Green Friday", em referência à erva.

"Temos expectativas muito altas", disse o proprietário da Grass Station, Ryan Fox. "Agora temos meios legais para que as pessoas deem maconha de presente e isso nunca foi viável antes".

A loja espera ter uma fila de pessoas na porta às 8 horas do dia 28 de novembro, um dia depois do feriado de Ação de Graças, quando os fumantes vão tentar conseguir porções das variantes especiais. Dezesseis consumidores obterão pouco menos de 30 gramas de maconha por US$ 50, o que geralmente custa cinco vezes mais. Sessenta baseados serão vendidos por US$ 1 cada. Um cartucho para vaporizador em forma de caneta de US$ 30 vai sair pela metade do preço.

Os quase 300 vendedores legais de maconha do Colorado têm mais motivos de preocupação do que dar descontos para atrair os consumidores. O setor está lutando contra 500 páginas de regulações e diversas restrições de marketing. Além disso, existe a preocupação de que o governo federal continue considerando que o comércio é ilegal, embora os funcionários estejam ignorando o assunto por enquanto.

Restrições de publicidade

É proibido fazer propaganda de maconha nas ruas, em outdoors e na maioria dos veículos massivos de publicidade, disse Mike Elliott, diretor executivo do Marijuana Industry Group, uma associação do setor que representa 30 proprietários com 200 licenças para lojas.

Por isso, muitos vendedores de maconha hesitaram em fazer uma campanha de marketing intensa para a época de feriados.

O Colorado votou sobre a venda de maconha com fins medicinais no ano 2000. No entanto, o setor só deslanchou quando o presidente Barack Obama tomou posse em 2009 e as preocupações com as imposições federais aliviaram. Depois, o estado aprovou as vendas com fins recreativos, sem receita médica, a partir de janeiro. Até junho, contudo, apenas os varejistas dedicados ao comércio de maconha medicinal podiam solicitar as licenças para vender maconha com fins recreativos. Agora, a maioria dos habitantes do Colorado que têm mais 21 anos pode tentar embarcar nessa viagem.

Bilhões de dólares

Embora Washington seja o único outro estado que atualmente permite as vendas recreativas, os eleitores do Alasca, do Oregon e do Distrito de Columbia aprovaram medidas semelhantes no dia 4 de novembro. O setor da maconha legalizada nos EUA vai valer cerca de US$ 2,3 bilhões neste ano e pode crescer para mais de US$ 10 bilhões até aproximadamente 2018, de acordo com a ArcView Group, com sede em São Francisco, que investe no setor.

Essa "febre da erva" gerou US$ 207 milhões em vendas de maconha com fins recreativos no Colorado durante os primeiros nove meses do ano, de acordo com o Secretaria da Receita do estado. Nesse período, a maconha medicinal e a recreativa arrecadaram juntas US$ 52,5 milhões em renda para o estado através de impostos, licenças e taxas.

Em meio a tantas incertezas, muitos varejistas de maconha ainda não liberaram seus instintos comerciais para lançar promoções ambiciosas para o período de feriados. Eles passam grande parte do tempo preocupados com a segurança. Os bancos, receosos de possíveis retaliações federais, praticamente desprezam o setor, obrigando-o a fazer todas as operações em dinheiro vivo.

Onda verde

Na Grass Station, que fica em uma zona industrial perto de Coors Field, Fox espera uma onda de consumidores. O ex-empreiteiro elétrico, que vendia maconha medicinal desde 2009 antes de passar às vendas com fins recreativos em janeiro, registrou a maior venda do ano passado na Black Friday.

Mas a loja não vai adotar o nome "Green Friday". Para se misturar com o resto do mundo varejista, a Grass Station vai chamá-la de Black Friday, disse o gerente Conor Morrison.

"Queremos ser levados a sério", disse ele. "Queremos que nos considerem um setor de verdade".

Título em inglês: Colorado's Pot Stores Offer High Holidays With $1 Joints: Retail

Para entrar em contato com os repórteres: Duane D. Stanford, em Atlanta, dstanford2@bloomberg.net; Kevin Orland, em Chicago, korland@bloomberg.net