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Confiança na zona do euro aumenta inesperadamente enquanto BCE estuda medidas

Corina Ruhe

27/11/2014 11h53

27 de novembro (Bloomberg) -- O sentimento econômico na zona do euro melhorou inesperadamente em novembro, um sinal de que a tentativa do Banco Central Europeu de impulsionar o crescimento e a inflação está começando a render frutos entre empresas e consumidores.

O índice de confiança entre executivos e famílias subiu para 100,8, contra 100,7 em outubro, e está no nível mais alto desde julho, disse a Comissão Europeia, hoje, em Bruxelas. Em uma pesquisa da Bloomberg, os economistas haviam previsto uma queda para 100,3, segundo a média de 28 estimativas.

O relatório surge uma semana antes da reunião mensal de política do BCE na qual os funcionários apresentarão projeções econômicas revisadas. O presidente Mario Draghi tem dito que a inflação precisa ser aumentada "o mais rapidamente possível" e citou explicitamente a compra de bonds pelo governo como uma ferramenta potencial. Ele ordenou à sua equipe que produza um leque de opções de compra de ativos indo além das aquisições de dívidas securitizadas, já em andamento.

As projeções menores do BCE aumentariam "a probabilidade de promessa de alguma medida adicional na próxima reunião", disse Richard McGuire, chefe de estratégia para taxas europeias do Rabobank International em Londres. "Provavelmente seja um pouco cedo para considerar que isso incluiria a flexibilização quantitativa, mas é, certamente, uma indicativo de que a flexibilização quantitativa é iminente ou um reconhecimento mais oficial de que a aquisição de bonds pelo governo é possível".

Projeção de inflação

Atualmente, o BCE prevê inflação de 0,6 por cento neste ano, 1,1 por cento em 2015 e 1,4 por cento em 2016. As previsões são mais otimistas que as da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, que nesta semana exortou o BCE novamente a adotar a flexibilização quantitativa.

A confiança industrial melhorou para menos 4,3 em novembro, contra menos 5,1 em outubro, segundo o relatório de hoje. O sentimento no setor de serviços permaneceu inalterado, enquanto o da construção teve uma piora.

A economia da zona do euro cresceu apenas 0,2 por cento no terceiro trimestre e uma medida da atividade de fabricação e serviços atingiu a mínima em 16 meses em novembro. A inflação tem sido de menos da metade da meta do BCE, de pouco abaixo de 2 por cento para os 12 meses anteriores, e os dados de amanhã deverão mostrar que o índice caiu para 0,3 por cento neste mês, igualando o nível mais lento desde 2009.

O vice-presidente do BCE, Vitor Constancio, disse ontem que a hora de estudar o emprego da flexibilização quantitativa será o ano que vem, depois que o banco puder medir o impacto da compra de ativos já iniciada.

Título em inglês: Euro-Area Confidence Unexpectedly Increases as ECB Mulls Action

Para entrar em contato com o repórter: Corina Ruhe, em Amsterdã, cruhe@bloomberg.net.