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Coca, Nissan e Bradesco pagam R$ 500 mi por patrocínio da tocha olímpica

Tariq Panja

29/01/2015 12h27

(Bloomberg) -- A Coca-Cola está liderando um grupo de três patrocinadores do revezamento da tocha olímpica que cruzará 26 estados brasileiros antes de chegar, em 2016, à cidade organizadora, o Rio de Janeiro.

A maior empresa de bebidas do mundo é acompanhada pela fabricante de carros Nissan e pelo banco brasileiro Bradesco no apoio a uma viagem por 250 povoações e cidades do país mais populoso da América do Sul. O valor dos acordos fica "abaixo" de R$ 500 milhões (US$ 194 milhões) no total, disse Renato Ciuchini, diretor de marketing da Rio 2016.

"Temos uma boa combinação de três parceiros", disse Ciuchini ontem, em entrevista no Rio. "Você tem o Bradesco, que é muito forte em todas as cidades do Brasil, você tem a Coca, uma empresa internacional com experiência em tochas olímpicas, e você tem a Nissan, um enorme conglomerado global que é apenas uma startup no Brasil".

A chegada da tocha é uma parte significativa da preparação para os jogos e ajuda a aumentar o entusiasmo do público interno, que nos últimos anos viu bilhões de dólares serem gastos em preparação. O evento do Rio custará R$ 37,6 bilhões (US$ 14,6 bilhões), segundo organizadores locais.

"É incrivelmente valioso porque transmite esse tipo de sensação mágica e indefinível dos Jogos Olímpicos pelo país inteiro se for realizado corretamente", disse Tim Crow, CEO da consultoria de patrocínios Synergy, com sede em Londres, que trabalhou em programas olímpicos durante duas décadas.

"Muitos atletas olímpicos falam sobre converter as Olimpíadas do Rio nas Olimpíadas de um país e a tocha é a oportunidade de manterem essa promessa". Michael Payne, ex-diretor de marketing do Comitê Olímpico Internacional, disse que o revezamento da tocha "é a oportunidade de marketing mais buscada" dos Jogos.

Para a Coca-Cola, que está patrocinando o revezamento pela 11ª vez desde que colocou seu nome pela primeira vez no evento nos Jogos de Barcelona, em 1992, a oportunidade de percorrer todo o país é um dos maiores ativos do programa olímpico, disse Flávio Camelier, vice-presidente da Coca-Cola Brasil, que gerencia a operação da empresa na Rio 2016.

"Isso nos permite esticar o tempo, porque nós trazemos os Jogos Olímpicos, na verdade, antes dos jogos em si", disse ele.

O Bradesco e a Nissan são participantes estreantes. Na Londres 2012, a Samsung e o Lloyds Banking Group também apoiaram o revezamento.

Em toda parte

O Lloyds, que tem sede em Londres, usou o patrocínio para promover valores da comunidade e seu alcance nacional com o slogan "for the journey" ("para a travessia", em tradução livre).

Crow disse esperar que o Bradesco, segundo maior banco do Brasil, adote uma estratégia semelhante.

"O Bradesco vai querer aproveitar o fato de estar em toda parte no país", disse ele.

Os organizadores da Rio 2016 levantaram US$ 1 bilhão com os patrocinadores. Ciuchini disse esperar levantar mais R$ 400 milhões quando as Olimpíadas começarem. O Bradesco está entre os dois primeiros patrocinadores e pagou mais de US$ 300 milhões pelos direitos exclusivos da categoria banco. A Nissan assinou como parceira automotiva em 2012.

O presidente da Nissan para o Brasil, François Dossa, disse que o patrocínio não fazia parte do pacote que a empresa assinou e envolveu a realização de um processo de licitação. A empresa construiu uma fábrica de US$ 1,5 bilhão no Rio em abril e está tentando aumentar seus negócios em um país onde é a nona maior empresa automobilística em vendas.

Uma edição olímpica especial de seu novo modelo March acompanhará a tocha.

"Por que escolhemos as Olimpíadas do Rio? Estamos investindo no Brasil, queremos crescer no Brasil. Nós acreditamos que esse mercado, que hoje é o quarto ou quinto do mundo, continuará crescendo", disse Dossa.

Os patrocínios respondem por 51% do orçamento de R$ 7 bilhões para organização. O restante é composto por ingressos, por hospitalidade e vendas de mercadorias e por um pagamento do COI.