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Torre Eiffel fica 'verde' com moinhos de vento antes da cúpula climática da ONU

Hélène Fouquet

27/02/2015 14h25

(Bloomberg) -- Moinhos de vento na Torre Eiffel?

Sim. Dois moinhos de vento instalados no cartão postal de Paris começarão a produzir energia na semana que vem. A capital francesa está buscando usar a icônica estrutura de ferro para promover suas políticas ambientais antes de receber uma cúpula climática, em dezembro.

As pás dos moinhos instalados no segundo andar da torre começaram seus giros preguiçosos na quinta-feira em um período de testes com uma semana de duração. Pendurados a 126 metros do chão, eles vão capturar o ar de Paris para produzir cerca de 10.000 quilowatts de energia ao ano, o suficiente para abastecer uma das lojas de presentes do primeiro andar.

O projeto da Torre Eiffel é o mais recente esforço da França para mostrar que fala sério a respeito da redução das emissões e das iniciativas favoráveis ao meio ambiente com o objetivo de exibir seu papel de organizadora da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, no final do ano. O objetivo da conferência de Paris é conseguir que todos os países se comprometam a reduzir as emissões de gases de efeito estufa para limitar os aumentos na temperatura global.

O presidente François Hollande iniciou uma visita de dois dias às Filipinas, na quinta-feira, a primeira de uma série que ele planeja realizar em todo o globo para promover a conferência. Ele fez uma parada na cidade de Guiuan, no arquipélago, onde o Tufão Haiyan varreu diversas comunidades costeiras, em novembro passado. Mais de 4 milhões de pessoas foram deslocadas pela tempestade.

"Eu vim vê-los, aqui em Guiuan, para mostrar ao mundo todo o significado desse desastre, o tufão que os atingiu, as casas destruídas, o porto pesqueiro danificado, a igreja que desabou, o mercado devastado", disse Hollande, em um discurso na ilha, nesta sexta-feira, segundo informou a agência de notícias France-Presse.

Esforços de Paris

Na França, a Torre Eiffel, que recebe mais de 7 milhões de turistas por ano -- mais de 250 milhões desde sua construção em 1889 --, se tornará um símbolo das preocupações da França com a mudança climática.

A torre foi utilizada diversas vezes para promover políticas valorizadas pela França e para celebrar suas vitórias. A fabricante de carros francesa Citroën a usou para promover sua marca e seu valor como potência industrial no início do século 20. A torre brilhou com luzes coloridas quando a França ganhou a Copa do Mundo, em 1998.

Os moinhos de vento verticais, com sete metros de altura, representarão uma pequena parcela dos esforços de Paris para reduzir emissões. A cidade quer diminuir as emissões de gases em 25 por cento até 2020 e obter um quarto de sua energia de fontes renováveis até lá.

Anne Hidalgo -- a primeira prefeita de Paris -- pressionou a câmara municipal a votar, em fevereiro, um plano para proibir os veículos a diesel e reduzir o número de carros em circulação na capital. O plano de Hidalgo, que assumiu a prefeitura no ano passado, surge anos depois das mudanças adotadas por Londres para limitar o número de veículos no centro da cidade.

Esforços verdes

"A Torre Eiffel será o símbolo da conferência e a cidade de Paris está totalmente envolvida com o plano de redução das emissões", disse Matthieu Lamarre, porta-voz da cidade de Paris, à Bloomberg.

Os moinhos de vento foram desenhados e produzidos pela Urban Green Technology, com sede em Nova York, e "pintados especialmente para combinar com a torre icônica", de acordo com o site da empresa.

Título em inglês: Eiffel Tower Turns Green With Windmills Ahead of Climate Confab

Para entrar em contato com o repórter: Hélène Fouquet, em Paris, hfouquet1@bloomberg.net.