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Crescimento na zona do euro é estimulado por consumidores e comércio exterior

Jana Randow

06/03/2015 12h39

(Bloomberg) - O crescimento mais sólido da economia da zona do euro no fim do ano passado foi impulsionado pelo consumo privado e pelo comércio exterior.

O PIB subiu 0,3 por cento no quarto trimestre depois de ter se expandido 0,2 por cento nos três meses anteriores, disse a secretaria de estatísticas da União Europeia, nesta sexta-feira, em Luxemburgo, confirmando uma estimativa feita em 13 de fevereiro. O consumo das famílias e os investimentos aumentaram 0,4 por cento cada, e as exportações cresceram 0,8 por cento.

A economia do bloco monetário está progredindo para superar a depressão mais prolongada da sua história, e o estímulo do Banco Central Europeu deve incentivar o maior crescimento desde 2007 e devolver a inflação para a meta do BCE dentro de três anos. O presidente do BCE, Mario Draghi, proclamou a vitória de seu programa de flexibilização quantitativa de 1,1 trilhão de euros (US$ 1,2 trilhão) que começará na segunda-feira.

"A confiança das empresas e dos consumidores está melhorando, e o mecanismo de transmissão da política monetária está se afirmando", disseram Philip Marey e Bas van Geffen, economistas do Rabobank em Utrecht, Holanda, em uma nota para clientes. "Isso acabará contribuindo para uma melhoria ainda maior da perspectiva econômica".

O consumo das famílias acrescentou 0,2 ponto porcentual ao crescimento econômico no quarto trimestre, os investimentos contribuíram com 0,1 ponto porcentual, e as exportações aumentaram a produção em 0,4 ponto porcentual, segundo o relatório. As importações e mudanças no estoque subtraíram 0,2 ponto porcentual cada uma.

Fortalecimento gradual

A confiança econômica na zona do euro atingiu em fevereiro o nível mais alto em sete meses, o desemprego caiu em janeiro para o menor patamar desde abril de 2012 - apesar de continuar alto, em 11,2 por cento - e uma contração dos créditos bancários para empresas e famílias quase se deteve.

"Os últimos dados econômicos e, em particular, a evidência das pesquisas disponíveis até fevereiro apontam para mais progressos na atividade econômica no começo deste ano", disse Draghi na quinta-feira. "No futuro, esperamos que a recuperação econômica se amplie e se fortaleça gradualmente".

Os riscos em torno da perspectiva econômica continuam sendo negativos, mas têm diminuído depois do anúncio das aquisições de ativos em grande escala e da queda dos preços do petróleo, disse ele.

O BCE elevou a previsão de crescimento para este ano de 1 por cento para 1,5 por cento, e projetou 1,9 por cento para 2016 e 2,1 por cento para 2017. A economia não se expande mais de 2 por cento desde 2007. Projeta-se que os preços ao consumidor se mantenham congelados durante todo o ano de 2015, e a média de inflação deve ser de 1,5 por cento no ano que vem e de 1,8 por cento para 2017. A meta do BCE é de pouco menos de 2 por cento, patamar não observado desde o começo de 2012.

Título em inglês: 'Euro-Area Growth Helped by Consumers, Trade as Outlook Improves'

Para entrar em contato com o repórter: Jana Randow, em Frankfurt, jrandow@bloomberg.net