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Febre do refracking se propaga pelo setor do xisto após queda do preço do petróleo

Dan Murtaugh, Lynn Doan e Bradley Olson

07/07/2015 09h35

(Bloomberg) - A técnica em si não é nova. Equipes de exploração de petróleo do mundo inteiro aprendem seus princípios simples há gerações: identificar poços velhos de baixa produção e atingi-los com uma rajada de areia e água para reforçar o fluxo de petróleo bruto. A ideia surgiu em algum lugar das planícies da região Centro-Oeste dos EUA na década de 1950.

Mas como os engenheiros de hoje estão começando a aplicar o procedimento aos poços horizontais que foram feitos durante o boom do fracking que chegou a todos os campos de xisto dos EUA nos últimos dez anos, algo mais poderoso e com uma maior recompensa financeira está acontecendo.

A curta vida útil desses poços, considerada há tempos como possivelmente a maior fraqueza do setor de xisto, está sendo prolongada. As primeiras evidências dos efeitos da reestimulação sugerem que, na verdade, os campos poderiam conter reservas suficientes para durar cerca de 50 anos, segundo um cálculo com base em dados da Wood Mackenzie Ltd. e da ITG Investment Research.

Existem muitos riscos - desde extrair petróleo de um poço adjacente inadvertidamente até estragar um reservatório inteiro - e por enquanto a amostra não tem um tamanho suficiente para ser conclusiva, mas gigantes do petróleo como a Marathon Oil Corp. e a ConocoPhillips não estão esperando para incorporar o refracking às suas operações de xisto.

Problemas

As coisas podem facilmente dar errado. Se a execução for malfeita, a manobra poderia tirar petróleo das zonas de produção de outros poços ou, pior ainda, estragar um reservatório. Alguns analistas do setor temem que o refracking apenas acelere o fluxo sem aumentar a produção total real durante a vida de um poço. A EOG é uma das perfuradoras que reluta em começar a usar o procedimento.

Mas em um setor que está tentando desesperadamente cortar gastos depois que o petróleo caiu de mais de US$ 100 por barril para menos de US$ 60 há um ano, o baixo custo da tecnologia apresenta um grande atrativo. Como o primeiro passo no processo de fracking já foi dado - a perfuração do poço -, a despesa é de apenas uma fração dos US$ 8 milhões que custa aproximadamente abrir um poço novo.

"É um prêmio atraente", disse Chris Heinson, vice-presidente sênior e diretor operacional da Sanchez Energy Corp., em uma entrevista no mês passado. "Havia um grande número de poços que nós sabíamos que tinham sido concluídos originalmente com algo que podíamos fazer melhor hoje. Isso é emocionante".

Título em inglês: 'Refracking Fever Sweeps Across Shale Industry After Oil Collapse'

Para entrar em contato com os repórteres: Dan Murtaugh, em Houston, dmurtaugh@bloomberg.net; Lynn Doan, em São Francisco, ldoan6@bloomberg.net; Bradley Olson, em Houston, bradleyolson@bloomberg.net