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Pilotos mulheres de Cingapura formam sua própria versão do clube do 1%

Kyunghee Park

07/07/2015 08h28

(Bloomberg) -- No curso de treinamento para pilotos da Scoot, da Singapure Airlines Ltd., na última semana, Eva Maria Thien destacou-se entre os participantes por ser a única mulher. Ela também era a instrutora.

Ela é uma raridade em um mundo de pilotos dominado por homens. Apenas 3 por cento dos pilotos de todo o mundo são mulheres e, em Cingapura, onde é a base de Thien, o número é de cerca de 1 por cento. Em comparação, mulheres representam cerca de 23 por cento das posições de liderança em companhias de tecnologia como Facebook Inc. e Yahoo! Inc.

"Quando as coisas ficam difíceis, você realmente, realmente precisa trabalhar duro", disse Thien, 50.

Cerca de 5 por cento dos membros da Associação de Pilotos de Companhias Aéreas são mulheres, em conformidade com o número de mulheres pilotos em empresas aéreas incluindo British Airways Plc e Deutsche Lufthansa AG. Entre as aéreas com base em Cingapura, Thien é a única mulher que pilota aviões de grande porte.

Igualdade de gênero

"A sociedade asiática ainda está atrás em igualdade de gênero", disse Shukor Yusof, fundador da Endau Analytics, uma consultoria de aviação de Cingapura. "É benéfico para as companhias aéreas serem vistas como incentivando mais mulheres a se juntarem à indústria não somente como tripulantes".

Thien se inscreveu em um programa de voo para aspirantes da Austrian Airlines AG, e foi rejeitada, em uma época em que era "muito incomum" que mulheres se inscrevessem. Ela, então, estudou Literatura Inglesa e Educação Física e tornou-se professora, antes de ir trabalhar na Lauda Air como comissária de bordo, enquanto tinha aulas particulares de voo.

Promoção lenta

"Era muito frustrante na época, claro, mas em retrospectiva foi bom", ela disse. "Eu fui tranquila no curso de comando, simplesmente porque eu tive muito tempo para ver os outros fazerem seus cursos de comando, então funcionou muito bem."

Uma oportunidade em um anúncio de contratação da Tiger Airways Holdings Ltd. a levou a Cingapura. Ela se juntou à Tiger em 2005 e permaneceu por quase sete anos antes de mudar para a Scoot.

"Se você se conhece, se está preparada, não há obstáculos", disse Thien, cujo projeto de mestrado na City University London foi sobre pilotos mulheres no sudeste asiático e como quebrar o teto de vidro. "Eu não pego atalhos, eu trabalho duplamente duro".

Título em inglês: Female Pilots in Singapore Form Their Own Version of the 1% Club

Para contatar o repórter desta história: Kyunghee Park, em Cingapura, kpark3@bloomberg.net