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Rolls-Royce cruza as ruas do Cazaquistão em uma fronteira de carros ultraluxuosos

Christoph Rauwald e Nariman Gizitdinov

07/07/2015 16h42

(Bloomberg Business) -- A busca da Rolls-Royce por compradores de carros como o cupê Wraith, de US$ 294.000, chegou ao Cazaquistão, onde uma pessoa média vive com cerca de US$ 330 ao mês.

Graças à abundância de riquezas de petróleo e metais, a antiga república soviética tem uma classe rica suficientemente grande para atrair nomes como Rolls-Royce, Bentley e Maserati para as ruas esburacadas de Almaty, a maior cidade do Cazaquistão.

Na realidade, mais pessoas no país da Ásia Central encomendaram o próximo veículo utilitário esportivo da Bentley do que na vizinha Rússia.

Com o crescimento no mercado de luxo da China desacelerando, lugares como Cazaquistão e Azerbaijão são territórios cada vez mais férteis para os fabricantes dos carros mais caros do mundo. A demanda por veículos de luxo nesses mercados de fronteira deverá crescer mais de 9 por cento ao ano até 2020, na comparação com cerca de 2 por cento na América do Norte e na Europa, segundo estimativas da IHS Automotive.

Mercados emergentes

Quando uma empresa vende somente alguns carros por dia, como a Rolls-Royce e a Bentley, poucas pessoas ricas capazes de adquiri-los podem fazer a diferença. Quatro das seis concessionárias que a Rolls-Royce abriu no ano passado estavam em mercados emergentes: Azerbaijão, Camboja, México e Casaquistão.

"Nós vemos, sim, demanda" em mercados não tradicionais, disse Peter Schwarzenbauer, membro do conselho de gestão da BMW AG responsável pela Rolls-Royce. "É por isso que estamos indo para lá".

"Também há demanda para os nossos quatro modelos top de linha em mercados emergentes menores como Vietnã ou Cazaquistão", disse Ola Kaellenius, chefe de vendas da Mercedes. "Nesta faixa de preço, até volumes menores de vendas são importantes".

Como nos outros mercados em desenvolvimento onde os fabricantes de carros de luxo recentemente abriram salões de exposição, o abismo entre ricos e pobres no Cazaquistão é enorme. A privatização pós-soviética do presidente Nursultan Nazarbayev criou uma classe de super-ricos que inclui os membros do governo e suas famílias, enquanto um médico ganha menos de US$ 500 por mês. O Cazaquistão está na 126ª posição entre 175 países na lista de corrupção da Transparência Internacional.

Costumes diferentes

Ao contrário dos compradores de ultraluxo dos mercados mais estabelecidos, os cazaques normalmente não customizam seus veículos. As vendas comumente são feitas por impulso em eventos como, por exemplo, uma exposição de luxo nesta primavera, em Almaty.

Existem hoje cerca de 250 Bentleys nas ruas do Cazaquistão, incluindo cerca de 60 veículos novos vendidos desde que a empresa abriu uma concessionária em Almaty em 2011, disse Vladimir Toropov, que dirige as vendas para a Bentley e a Maserati.

Toropov disse o seu cliente cazaque médio já possui quatro ou cinco carros. Para eles, a Bentley é algo como um smoking.

"Ele tem um terno para todos os dias, tem um terno esportivo e precisa de um smoking para a noite."

Título em inglês: Rolls-Royce Cruises Kazakh Streets in Ultra-Luxury Car Frontier

Para entrar em contato com os repórteres: Christoph Rauwald, crauwald@bloomberg.net; Nariman Gizitdinov, ngizitdinov@bloomberg.net