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Quando as ações chinesas se desmoronam, um fundo do topo do ranking aparece para comprar

Bloomberg News

31/07/2015 12h32

(Bloomberg) - Quando as ações em Xangai sofreram a maior queda em oito anos na segunda-feira, Huey-yuan Yang estava comprando.

E ele também comprará da próxima vez - confiante de que os responsáveis pela política econômica da China estão preparados para dar apoio ao mercado depois de dias muito negativos.

"Eu vejo oportunidades de compra nas ações recentemente desvalorizadas em meio a quedas anormais", disse Yang, que administra o equivalente a US$ 169 milhões para o HSBC China A-Share Focused Fund em Taiwan. O fundo superou 93 por cento dos seus pares nos últimos doze meses com um retorno de 58 por cento. "A recente liquidação não modificou minha perspectiva".

Yang é um dos oito gerentes de fundos na região da Grande China consultados pela Bloomberg que planejam aumentar suas posses das ações do país denominadas em yuan neste ano. Na pesquisa com treze empresas, que gerem um total de US$ 51 bilhões, as outras cinco disseram que manterão suas posses.

As respostas mostram que alguns investidores profissionais não perderam a fé no mercado chinês, apesar da volatilidade de revirar o estômago e da preocupação de que a intervenção estatal sem precedentes tenha minado o plano de reformas de livre mercado do país. Yang diz que a reação do governo era necessária para reestabelecer a calma depois de uma queda que eliminou US$ 4 trilhões de valor em menos de um mês.

O Shanghai Composite Index caiu 8,5 por cento na segunda-feira. O indicador recuou 29 por cento desde que atingiu um pico em 12 de junho.

Caro demais

Para John Lin, gerente de recursos da AllianceBernstein em Hong Kong, as avaliações ainda não estão baratas o suficiente para que as ações da China Continental se tornem atraentes em comparação com às de Hong Kong. A média de ações nas bolsas do continente é negociada a 66 vezes os lucros informados, razão superior a qualquer outra nos dez maiores mercados do mundo, segundo dados compilados pela Bloomberg. A proporção se compara com um múltiplo de 13 em Hong Kong.

"O mercado continua sendo muito caro", disse Lin.

As vendas feitas por traders de margens criaram pechinchas entre as empresas chinesas de grande porte que vão se beneficiar com os esforços do governo para estimular o crescimento econômico e reformar companhias estatais, disse Lilian Leung, gerente de carteira da JPMorgan Asset Management Ltd. em Hong Kong. A dívida pendente de margens nas bolsas continentais despencou cerca de 40 por cento desde meados de junho, segundo dados compilados pela Bloomberg.

"Preservamos uma postura construtiva em relação ao mercado de ações de primeira linha", disse Leung. "Continuaremos contribuindo para nomes com crescimento de qualidade que corrigiram suas avaliações e se tornaram mais atraentes".

Outras empresas na pesquisa que planejam incrementar suas posses são a Baring Asset Management, a Bocom International Asset Management, a Franklin Templeton SinoAM, a Hengsheng Asset Management Co., a UBS Global Asset Management e a Shanghai Hedger. A Cathay Securities Investment Trust Co., a JK Life Insurance Co., a Shanghai Simpleway Asset Management Co. e a Wanjia Asset Management Co. manterão suas posições.

Título em inglês: 'When Chinese Stocks Crash, This Top-Ranked Fund Steps In to Buy'

Para entrar em contato com os repórteres: Cindy Wang, em Taipei, hwang61@bloomberg.net; Helen Yuan, em Xangai, hyuan@bloomberg.net