Fed não se abala com petróleo a US$ 40 nem com inflação mais baixa

(Bloomberg Business) - O preço do petróleo despencou 58 por cento neste ano e atingiu nesta semana o valor mais baixo em seis anos. Mesmo que os preços continuem nesses patamares, é provável que eles não afetem os planos do Federal Reserve (Fed) para as taxas de juros.

Setenta por cento dos economistas consultados em uma pesquisa da Bloomberg News disseram que, se preços do petróleo bruto ficarem por volta de US$ 40 o barril durante os próximos três meses, isso não teria impacto sobre o Fed. Dos 30 por cento que disseram que isso influiria sobre o banco central, os consultados se dividiram em metades iguais entre os que disseram que os preços adiariam o primeiro aumento das taxas de juros e os que disseram que eles reduziriam o ritmo das altas.

A taxa de fundos federais (a taxa de juros dos EUA) está em uma faixa de 0 por cento a 0,25 por cento desde o final de 2008, e as autoridades se reunirão nos dias 16 e 17 de setembro para decidir se um aumento das taxas de juros ainda se justifica. O presidente do Fed de Nova York, William Dudley, disse na quarta-feira que o argumento a favor de elevar as taxas em setembro é menos convincente depois da recente volatilidade no mercado.

Meta

Se o petróleo se sustentar em torno de US$ 40 até o final do ano, isso só fará com que os preços se afastem mais da meta de inflação do Fed, de 2 por cento. A média de projeções de 24 economistas é de uma dedução de 0,3 ponto porcentual em relação ao ano anterior do IPC médio deste ano, antecipado pelos economistas em exatamente 0,3 por cento em outra pesquisa.

E não se deve descartar a possibilidade de que os preços do petróleo, conforme medidos pelos futuros do West Texas Intermediate, se mantenham nesses valores mínimos pelo menos durante um tempo. Os economistas estimaram uma probabilidade de 65 por cento de que o petróleo bruto se mantenha em torno de US$ 40 o barril até o final de setembro. Quarenta por cento deles disseram que esse patamar poderia durar até o final do ano. E as coisas poderiam piorar; um de cada três economistas disse que o petróleo chegará a cair para apenas US$ 30 o barril.

Embora o petróleo bruto tenha caído muito e rapidamente (os preços estavam em US$ 61,43 em junho), na verdade, a queda poderia ajudar o crescimento nos EUA. Os economistas dizem que se os preços do petróleo se mantivessem nos atuais níveis até o final do ano, eles ajudariam a impulsionar o PIB dos EUA em 0,2 ponto porcentual. Esse cenário não impactaria nas exportações dos EUA nem no crescimento mundial.

Título em inglês: 'Oil Staying at $40 Means Unfazed Fed Even With Lower Inflation'

Para entrar em contato com o repórter: A Catarina Saraiva, asaraiva5@bloomberg.net