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Euro poderia chegar a perder dez centavos de dólar, diz Goldman Sachs

Martin Meissner/AP
Imagem: Martin Meissner/AP

Candice Zachariahs e Netty Ismail

21/09/2015 12h57

(Bloomberg) - O Goldman Sachs Group Inc. diz que o euro poderia chegar a cair 10 centavos de dólar americano porque é provável que o BCE (Banco Central Europeu) aumente o estímulo que enfraquece a moeda para atingir sua meta de inflação.

O banco de investimento prediz que o BCE mantenha a flexibilização quantitativa no seu ritmo atual de 60 bilhões de euros (US$ 68 bilhões) por mês até o final de 2016, uma prorrogação do plano que o banco pretendia aplicar até setembro de 2016, e que somente a encerre completamente em meados de 2017.

"Isto representa um aumento material do programa original e deveria afetar a moeda comum", escreveram analistas do Goldman Sachs, entre eles Robin Brooks, estrategista-chefe cambial em Nova York, em um relatório datado de 20 de setembro.

"Portanto, dependendo de quão crível for um aumento da flexibilização do BCE, observamos um escopo de queda do euro de seis a dez grandes números", escreveram eles, fazendo referência a uma queda de seis a dez centavos.

A moeda comum caiu 0,6%, para US$ 1,1233 às 10h07 da manhã no horário de Nova York (11h07, no horário de Brasília), depois de recuar 1,2% em 18 de setembro, o maior queda desde 26 de agosto. O euro aumentou 0,2%, para 135,26 ienes.

O dólar se fortaleceu 0,3%, para 120,39 ienes. Os mercados financeiros japoneses estão fechados por feriados desta segunda-feira até a quarta-feira.

Hedge funds e outros gestores de recursos aumentaram as apostas baixistas líquidas no euro pela terceira semana consecutiva no período encerrado em 15 de setembro, de 81.241 contratos para 84.202, segundo dados da Comissão de Negociação de Futuros de Commodities dos EUA.

Políticas diferentes

O euro recuou na sexta-feira (18), quando Benoît Coeuré, membro do Conselho Executivo do BCE, disse que as trajetórias das políticas econômicas dos EUA e da Europa "continuarão sendo muito diferentes".

Coeuré e seu colega no Conselho do BCE Peter Praet têm agendado falar nesta segunda-feira (21), seguidos pela participação do presidente do BCE, Mario Draghi, em uma audiência do Parlamento Europeu em Bruxelas na quinta-feira.

O Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) manteve as taxas de juros sem mudanças em uma reunião sobre política econômica na semana passada, mas a presidente Janet Yellen disse que a maioria dos altos funcionários esperava ajustar o custo do crédito neste ano. O presidente do Banco do Fed de São Francisco, John Williams, disse no sábado que a decisão foi disputada.

Os comentários de Coeuré sugeriram que "a reação do Fed foi uma pausa tática e que o BCE está pronto para fazer mais", disse Sam Tuck, estrategista cambial sênior do ANZ Bank New Zealand Ltd, em Auckland (Nova Zelândia). "O eurodólar estará sob pressão nesse tipo de fundamentos".

O euro se fortaleceu 3,7% nos últimos três meses, o terceiro melhor desempenho entre dez moedas de países desenvolvidos acompanhadas pelos Bloomberg Correlation-Weighted Indexes. O iene teve o melhor desempenho, subindo 6,6%, e o dólar se apreciou 4%.

Os dólares da Austrália e da Nova Zelândia lideraram as perdas entre as moedas do G10 pela queda das bolsas asiáticas. O MSCI Asia Pacific excluding Japan Index recuou 1,9%.

O dólar da Nova Zelândia caiu 0,8%, para 63,45 centavos de dólar americano, e o dólar australiano se enfraqueceu 0,4%, para 71,61 centavos.