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Minério de ferro se descongelou com avanço após feriado na China

Jasmine Ng

08/10/2015 12h13

(Bloomberg) - O mercado mundial de minério de ferro abandonou seu profundo congelamento nesta quinta-feira depois do feriado de uma semana na China. Os preços avançaram por causa da especulação de que os fabricantes de aço que estão lutando contra o excesso de capacidade e afundando os preços continuarão a operar, sustentando a demanda.

Os futuros subiram 1,9 por cento e fecharam a 373,5 yuan (US$ 59) por tonelada na Dalian Commodity Exchange. O minério à vista com 62 por cento de conteúdo entregue a Qingdao aumentou 5,3 por cento, para US$ 55,97 por tonelada nesta quinta-feira, a primeira alta em quatro dias, segundo a Metal Bulletin Ltd., pois os mercados e muitas empresas na China estiveram fechados entre os dias 1º e 7 de outubro.

O minério de ferro caminha para a terceira queda anual porque a BHP Billiton Ltd. e a Rio Tinto Group impulsionaram a oferta de baixo custo, ao passo que o crescimento econômico cambaleou na China, prejudicando a demanda. Apesar de algumas das piores margens da história e da contração do consumo local, a produção de aço tem se mantido relativamente estável, e as usinas estão focadas em preservar o fluxo de caixa, segundo o Citigroup Inc., que prevê uma produção constante até novembro antes de uma queda no ano que vem. Os estoques nos portos da China cresceram 3,8 por cento nos três meses até setembro, terminando com quatro trimestres de declínios.

Operações

"Enquanto as usinas de aço deficitárias continuarem suas operações, a demanda por minério de ferro se manterá", disse a Huatai Great Wall Futures Co. em uma nota. "Embora os estoques dos portos tenham se recuperado em setembro e os lucros das usinas de aço continuem caindo, achamos que o minério de ferro não vai declinar muito".

O vergalhão de aço, empregado na construção, teve uma alta de 0,4 por cento, para 1.833 yuan por tonelada, na Shanghai Futures Exchange e continua perto do valor mais baixo desde que o trading começou em 2009. Os preços perderam 29 por cento neste ano, rumo à quinta queda anual consecutiva.

"Será difícil para as usinas reduzir a produção", disse Dang Man, analista da Maike Futures Co. em Xi'an, na China, em entrevista por telefone. "O principal motivo é o financiamento. Os prejuízos causados pela redução da produção poderiam ser ainda maiores do que o que elas perdem por continuar produzindo. Talvez os bancos não estejam dispostos a emprestar dinheiro se elas reduzirem a produção, o que dificultará o pagamento de dívidas".

A produção de aço da China subiu 1,7 por cento em agosto em relação a um mês atrás, segundo os últimos números sobre a produção industrial. Durante os primeiros oito meses, a oferta baixou cerca de 2 por cento. O país fabrica mais de metade do aço do mundo.

Dados publicados neste mês revelaram que o índice de gerentes de compras para o setor de aço da China, que vem mostrando contrações há mais de um ano, caiu de 44,7 por cento em agosto para 43,7 em setembro. Uma leitura inferior a 50 indica uma diminuição.

Título em inglês: 'Iron Ore Out of Deep Freeze With Advance After China's Break (1)'

Para entrar em contato com o repórter: Jasmine Ng, em Cingapura, jng299@bloomberg.net