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Bank of America prevê grande mudança em políticas monetárias e elabora lista de compras para próxima recessão

Simon Kennedy

13/10/2015 13h51

(Bloomberg) -- Commodities, bonds protegidos da inflação, imóveis e ações de empresas chinesas de pequeno porte compõem a lista de compras do Bank of America Corp. em caso de a economia mundial entrar em recessão no ano que vem.

Por trás da seleção está a expectativa do banco com sede em Nova York de uma "grande mudança nas políticas" se 2016 realmente ficar marcado como um novo ano de contração das economias e novos temores de deflação.

Em vez de confiar outra vez em políticas monetárias ultraflexíveis, uma nova crise forçaria as autoridades dos EUA, da Europa e do Japão a empregarem estímulos fiscais, segundo um relatório desta semana da equipe liderada por Michael Hartnett, estrategista-chefe de investimentos do BofA. A China, por sua vez, passaria dos investimentos do governo para a flexibilização quantitativa.

Se os governos realmente reduzirem os impostos e aumentarem os investimentos, isso deverá ser suficiente para provocar expectativas de pressões de preço mais rápidas entre os investidores, impulsionando a demanda por ouro, títulos do Tesouro protegidos da inflação e propriedades, disseram os estrategistas do BofA.

As commodities também teriam um aumento porque os governos investiram em infraestrutura, tirando vantagem das matérias-primas baratas e dos juros baixos. Os estrategistas pontuaram que a emissão de bonds pelos municípios americanos está atualmente no nível mais baixo desde 1997.

Quanto à China, o recurso a uma política monetária flexível beneficiaria suas empresas de baixa capitalização, assim como seus pares ocidentais tiveram ganhos durante os anos de taxas de juros próximas a zero e compras de bonds.

Mudança de direção

Os bancos centrais estariam mudando de direção, porque uma outra recessão sugeriria que a flexibilização quantitativa não foi suficiente para impulsionar o crescimento econômico, segundo o Bank of America.

Sete anos após a última recessão mundial, os juros próximos a zero ainda estão em vigor em 55 por cento da economia mundial e mais da metade dos bonds soberanos têm um yield inferior a 1 por cento.

Outra razão para prever uma nova abordagem para a política monetária é que os últimos anos estimularam a desigualdade de renda e a ascensão de políticos populistas, como o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, o líder opositor britânico Jeremy Corbyn e o candidato presidencial americano Donald Trump.

Isso sugere para o BofA que se as economias fraquejassem novamente, os investidores deveriam evitar as ações do BI Global Luxury Goods Index e do NYSE Arca Securities Broker/Dealer Index, pois os governos voltarão sua atenções aos pequenos negócios, em vez de Wall Street.

"Os investidores precisarão considerar uma nova cesta de políticas em 2016", disseram Hartnett e seus colegas.