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Singapore Air tirará coroa de voo mais longo do mundo da Emirates

Kyunghee Park

13/10/2015 14h47

(Bloomberg) -- A Singapore Airlines Ltd. está prestes a reconquistar o título de operadora do voo mais longo do mundo com um serviço sem escalas para Nova York.

A viagem de 19 horas, que se estende por mais de 15.300 quilômetros, irá superar o voo proposto de 13.821 quilômetros que a Emirates pretende iniciar em fevereiro da sua base, Dubai, até a Cidade do Panamá. A Singapore Air receberá em 2018 a entrega de uma versão de ultralongo alcance do A350, da Airbus Group SE, para o serviço sem escalas, disse a operadora em um comunicado enviado por e-mail nesta terça-feira.

"Este será o equipamento certo para que a Singapore Airlines faça os números jogarem a seu favor nos voos sem escalas", disse Shukor Yusof, fundador da Endau Analytics na Malásia. "A Singapore conta com o contingente de viajantes empresariais de toda a região para fazer esse voo funcionar. Isso ajudará a Singapore Airlines a fortalecer seu mercado nos EUA, onde estava ficando para trás".

Atualmente, o voo mais longo do mundo em operação é o serviço da Qantas Airways Ltd. entre Sydney e Dallas.

Em todo o mundo, as empresas aéreas estão novamente adotando voos de ultralongo alcance com a expectativa de que eles sejam rentáveis com a queda dos preços do combustível e pelo fato de as novas tecnologias proporcionarem uma maior eficiência de combustível aos aviões. Os icônicos voos transatlânticos do avião supersônico Concorde foram descontinuados há mais de uma década e o encolhimento das empresas de Wall Street e as reduções das viagens desde a crise financeira global tornaram mais difícil a tarefa das empresas aéreas de atrair clientes com mais dinheiro para gastar.

Nova tecnologia

"Nossos clientes vinham nos pedindo que retomássemos os voos sem escalas entre Cingapura e os EUA", disse o CEO da Singapore Air, Goh Choon Phong, no comunicado. "Estamos satisfeitos de a Airbus poder oferecer a aeronave certa para concretizar esse plano de forma comercialmente viável".

O jato A350-900ULR permitirá que a Singapore Air retome os voos sem escalas mais longos do mundo entre a cidade-estado e as cidades americanas de Los Angeles e Nova York, disse a empresa aérea em um comunicado enviado por e-mail nesta terça-feira. Está sendo estudada a implantação de voos sem escalas entre Cingapura e outros pontos dos EUA, segundo a empresa.

A Singapore Air discutiu com a Airbus e com a Boeing Co. o desenvolvimento de um avião com uma nova tecnologia que lhe permitiria voar sem escalas e de forma rentável para os EUA, disse Goh, em entrevista, em junho. Em 2013, a empresa aérea interrompeu os voos entre Cingapura e Newark, no estado americano de Nova Jersey, o que aumentou em mais de cinco horas as viagens entre as cidades.

Os voos diários somente com classe executiva de Cingapura a Los Angeles e Newark terminaram porque as rotas não eram rentáveis com aviões de quatro motores, disseram analistas anteriormente. A empresa aérea estava usando um Airbus A340-500 com 100 assentos. O uso de um avião com dois motores seria mais econômico, pois essas aeronaves são desenvolvidas para voos de longo alcance eficientes, disseram analistas.

Dois motores

A Singapore Air receberá uma encomenda de sete aviões de ultralongo alcance capazes de voar até 19 horas, disse a Airbus em um comunicado separado.

Otimizados para executarem voos sem escalas para os EUA, os aviões de dois motores terão um sistema de combustível modificado para aumentar a capacidade de transporte de combustível, um incremento no peso máximo de decolagem e outras melhorias aerodinâmicas, segundo a Airbus.

Atualmente, a Qantas utiliza um superjumbo Airbus A380 de quatro motores no serviço Sydney-Dallas. O voo da Emirates, que supera o serviço da Qantas em 17 quilômetros, usará um Boeing 777-200LR com dois motores.