IPCA
0,83 Mar.2024
Topo

Pesquisas no Google mostram mudanças na economia chinesa

Enda Curran

21/12/2015 13h23

Para ter uma noção da mudança de sentimento em relação à economia da China, basta analisar as pesquisas feitas no Google.

Em 2014, as buscas refletiam as muitas proezas do país, com frases como "maior economia China", "China economia número 1 "e "China ultrapassa economia dos EUA", de acordo com dados fornecidos pela gigante de pesquisas na internet. Havia pesquisas negativas também, refletindo a desaceleração já em curso, mas a maioria das consultas era otimista.

Isso mudou em 2015. Depois de uma perda de US$ 5 trilhões no mercado de ações e escassos sinais de qualquer recuperação econômica, os internautas pesquisam cada vez mais termos como "colapso econômica da China", "quebra da economia da China" e "crise da economia da China".

Algumas das buscas feitas em inglês em 2014: China maior economia, China ultrapassa economia dos EUA, China supera economia dos EUA, China economia número 1, China primeira potência econômica.

Algumas das buscas feitas em inglês em 2015: Colapso econômico da China, Quebra da economia chinesa, Crise da economia chinesa, Por que a economia da China está desacelerando, Notícias do mercado de ações da China.

A amostragem de pesquisas não pretende ser científica e, com o passar dos anos, os termos de busca podem variar. Mas, de modo geral, as pesquisas mostram como o clima mundial tem oscilado em relação à segunda maior economia do mundo.

Mudança de ânimo

Em janeiro, os principais responsáveis pela política econômica pregavam a mensagem de que a desaceleração estava sob controle. Em meados do ano, a credibilidade tinha sido abalada por uma resposta desastrada à crise do mercado de ações no terceiro trimestre. Depois veio a decisão repentina de desvalorizar o yuan em agosto, que abalou ativos de mercados emergentes.

Os resultados da pesquisa não incluem termos neutros, como "economia da China", nem pesquisas semelhantes formuladas de formas diferentes. Além disso, o interesse pelo Banco Popular da China voltou aos níveis de 2011 e o número de internautas em busca de informações sobre o yuan continua aumentando.

Não está claro se as buscas são algum tipo de indicador importante, ou apenas um reflexo atrasado do interesse na web. De qualquer maneira, os otimistas em relação à China sem dúvida esperam que em 2016 mais usuários da rede digitem "recuperação econômica da China" na caixa de busca, em vez de "pouso forçado da China".