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Fortescue espera completar projeto com Vale em breve

David Stringer e Angie Lau

27/07/2016 13h15

(Bloomberg) -- A Fortescue Metals Group está otimista em relação à possibilidade de que seu projeto de mistura de minério de ferro com a brasileira Vale, a maior exportadora de minério de ferro do mundo, esteja pronto em breve porque uma melhor demanda na China respalda a alta dos preços neste ano.

"Fizemos muitos trabalhos com testes de laboratório, que foram muito positivos, e agora estamos trabalhando em uma solução técnica e comercial", disse o CEO da Fortescue, Nev Power, em entrevista à Bloomberg TV na quarta-feira. "Esperamos ter um plano finalizado para isso em breve".

A Vale e a Fortescue assinaram um acordo em março para combinar seus diferentes minérios, pacto que poderá aumentar a comercialização da produção de maior qualidade da produtora brasileira e elevar o valor do produto da mineradora australiana.

Os minérios misturados aumentariam a concorrência ao oferecer um produto rival para as ofertas das concorrentes Rio Tinto Group e BHP Billiton. Em maio, a Vale disse que continuava cautelosa em relação ao cronograma para levar produtos ao mercado.

Os preços de referência do minério de ferro deram um salto de 33% neste ano e tiveram um rali após três declínios anuais consecutivos.

Eles vêm sendo apoiados pela maior demanda por aço na China, impulsionada pelos setores imobiliário e de infraestrutura, disse a Fortescue, a quarta maior exportadora mundial, em um comunicado. As ações da produtora avançaram 7%, para 4,41 dólares australianos em Sidney, o nível mais alto desde 22 de agosto de 2014.

A Fortescue pretende reduzir os custos C1 para um mínimo de US$ 12 por tonelada úmida nos próximos 12 meses. A produtora poderia ter custos C1 mais baixos do que a Rio e a BHP, concorrentes de maior porte, se cumprir as metas e continuar melhorando a produtividade, escreveram analistas da Macquarie Securities (Australia), entre eles Hayden Bairstow, em Perth, em uma nota para clientes nesta quarta-feira.

"Hoje, estamos exatamente no fundo da curva de custos", disse Power na entrevista. "Isso nos permite ter margens de fluxo de caixa muito sólidas mesmo com preços mais baixos para o minério de ferro".