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Pimco e Prudential apostam alto no consumidor americano

Emma Orr

27/07/2016 13h24

(Bloomberg) -- Alguns dos maiores investidores em títulos de grau especulativo do mundo estão apostando muito no consumidor americano.

Administradores de recursos como a Pacific Investment Management e a PGIM, da Prudential Financial, estão comprando títulos com rendimentos altos vinculados a construtoras de casas, madeireiras, alojamento temporário, viagens aéreas e outras partes da economia impulsionadas pelos consumidores.

Alguns desses investidores estão vendendo títulos de grau especulativo de empresas de energia, que dispararam desde meados de fevereiro, como parte da mudança.

A ideia é que os consumidores americanos continuarão gastando, independentemente dos problemas políticos e econômicos que possam estar surgindo do outro lado do Atlântico depois que o Reino Unido decidiu, em referendo, abandonar a União Europeia, ou do que possa acontecer com os preços do petróleo.

A confiança do consumidor dos EUA beirava o nível mais alto em cinco meses em julho, segundo um relatório publicado na terça-feira. Juros baixos de hipotecas ajudaram a levar as vendas de casas novas para o patamar mais alto em mais de oito anos no mês passado, disse outro relatório na terça-feira.

"Acreditamos que o consumidor é um dos pontos positivos na economia global", disse Mark Kiesel, diretor de investimentos globais de crédito da Pimco, que administra US$ 1,5 trilhão. Como os papéis de empresas de energia estão dando sinais de estabilização, "passa-se para esses nomes americanos com foco doméstico", disse ele.

Seus fundos têm reduzido parte da exposição a empresas de energia com rendimentos altos recentemente e estão overweight em setores de consumo como materiais de construção, telecomunicações e equipamentos médicos.

Estabilização

Neste ano, alguns dos fundos de renda fixa de grau especulativo com os melhores desempenhos foram aqueles que apostaram muito na energia. O preço do petróleo subiu de pouco mais de US$ 26 por barril em meados de fevereiro, o nível mais baixo em uma década, para o pico de US$ 51,23.

Os títulos de grau especulativo de empresas de energia deram um salto de mais de 50%, o que inclui ganhos de preços e renda com juros, segundo índices do Bank of America Merrill Lynch.

Nas últimas semanas, o preço do petróleo se estabilizou e deu sinais de declínio -- caiu para o valor mais baixo em três meses na terça-feira. Apostar em títulos de empresas de energia é mais difícil agora do que no começo do ano, disse Kiesel, da Pimco. "Estamos menos ativos nesse setor", disse ele.

Também é mais difícil apostar em companhias com forte exposição internacional, disse Mike Collins, gerente de carteira da Prudential Fixed Income, que administra US$ 621 bilhões. O Fundo Monetário Internacional desacelerou suas projeções de crescimento global depois que o Reino Unido votou por abandonar a União Europeia.

Como a economia dos EUA se mantém relativamente forte, o consumo deve continuar crescendo e os papéis ligados a ele poderiam continuar subindo, disse Collins.

As vendas do varejo subiram 0,6% em junho, segundo um relatório do Departamento do Comércio dos EUA publicado neste mês. Embora as vendas de carros e caminhões estejam dando sinais de estabilização, outras áreas, como o comércio virtual, estão tendo uma demanda crescente.