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População da Suécia cresce e pode ajudar no atendimento a idosos

Niklas Magnusson

05/01/2017 10h45

(Bloomberg) -- A população da Suécia está prestes ultrapassar os 10 milhões.

Embora seja um limite arbitrário, o crescimento recorde da população que levou a esse número envolve uma série de fatores para explicar a economia em expansão do país.

Também irá --se administrado da forma correta-- ajudar a Suécia a combater os desafios apresentados pelo crescente envelhecimento da sociedade em uma melhor posição do que a de outras economias avançadas, tais como Alemanha ou Japão, onde a estimativa é de queda do número de habitantes.

A nação nórdica poderia atingir o marco de 10 milhões de habitantes já no próximo mês, segundo a contagem regressiva da agência Estatísticas Suécia. Cerca de 11 milhões de pessoas serão contabilizadas em 2024, o aumento de 1 milhão ocorrerá no prazo mais curto da história do país, segundo a agência.

A principal razão é a imigração recorde. Mas a expansão do número de bebês também está ajudando a Suécia a remar contra a maré.

O desenvolvimento poderia ser uma bênção para um país que já gasta uma parcela considerável de seus recursos com pensões ou atendimento aos idosos. O número de suecos com 65 anos ou mais responderá por 25% do total da população até 2060, comparados com os 20% em 2016, segundo a Estatísticas Suécia. Ao mesmo tempo, a migração líquida e o aumento da taxa de natalidade vão abastecer a força de trabalho.

"Um aumento do número de pessoas em idade ativa pode ajudar a conter a maior carga de dependência que veremos à medida que o total de pessoas idosas crescer", disse Anna Breman, economista-chefe do Swedbank AB, em entrevista por telefone.

Isso porque a rápida expansão da população tende a impulsionar o crescimento econômico e a arrecadação de impostos. Breman argumenta que uma população em crescimento também pode ajudar a elevar os investimentos em infraestrutura e no setor público.

Mas o país nórdico escassamente povoado ainda precisa enfrentar uma série de desafios.

"Embora ainda tenhamos espaço para outro milhão de pessoas, temos falta de moradias em grandes cidades", disse Breman. "O mercado de trabalho sueco também é muito segmentado", disse, e encontrar pessoas para as vagas disponíveis não será fácil.

Segundo a agência de estatísticas, o maior motor de crescimento da população até 2040 será a migração líquida. O país tinha uma política relativa de portas abertas até o surgimento da crise de refugiados em 2015, quando recebeu um número sem precedentes de 163 mil pedidos de asilo.

Além disso, o crescimento populacional será decorrente, principalmente, do número de nascimentos superando o de mortes --o chamado "crescimento natural".

Graças às medidas para promover a igualdade de gênero e generosas condições para licenças-maternidade e paternidade, a Suécia já tem uma das maiores taxas de natalidade da Europa. E a imigração atual deve elevar ainda mais a taxa de fertilidade daqui em diante.

Ainda assim, muitos recém-chegados ao país não possuem qualificações apropriadas, o que colocará pressão sobre o sistema em termos de oferta de empregos e educação.

O crescimento da população "é muito bom no longo prazo, mas precisamos abordar a escassez de moradias, o segmentado mercado de trabalho e os problemas de colocação [profissional]", disse Breman.