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Ações mais caras do mundo estão bem longe de Omaha

Carolina Millan e Eduardo Thomson

17/01/2017 11h50

(Bloomberg) -- As ações mais caras no mundo não têm nada a ver com Warren Buffett.

Embora as ações classe A da Berkshire Hathaway Inc., controlada pelo bilionário da cidade de Omaha, sejam as primeiras a vir à mente quando investidores pensam em papéis caros, ao preço de US$ 243 mil cada, ocupam apenas o terceiro lugar entre as mais custosas. No topo da lista estão as ações de duas das menores bolsas da América Latina.

Uma única ação da principal operadora do mercado no Chile custa US$ 2,5 milhões, enquanto que, para ter em mãos um papel da bolsa argentina, o investidor terá de desembolsar US$ 2,1 milhões. Os preços exorbitantes são explicados pelo baixo número de ações em circulação, um legado de quando os únicos proprietários eram corretoras locais obrigadas a ter uma participação na bolsa.

A regra foi extinta há três anos na Argentina, onde os detentores em breve receberão 250 mil ações de uma nova empresa para cada uma em mãos; a norma também está em processo de ser eliminada no Chile, onde 48 ações serão divididas em 48 milhões de papéis.

As ações da Mercado de Valores Buenos Aires SA subiram 210 por cento no ano passado, mais de quatro vezes que o índice de referência, em meio às expectativas de que os mercados de capitais irão deslanchar com o novo governo. A Bolsa de Comercio de Santiago não teve o mesmo desempenho, mostrando baixa de 24 por cento em uma única transação com a ação no ano.

Mas os preços exorbitantes dizem pouco sobre o valor total das empresas. A bolsa chilena tem capitalização de mercado de apenas US$ 122 milhões, enquanto que a operadora da Argentina vale só US$ 383 milhões. Elas têm um longo caminho pela frente para alcançar os US$ 399 bilhões da Berkshire Hathaway.