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Produtos da marca Trump sumiram das lojas de departamentos

Matthew Townsend e Molly Smith

17/02/2017 12h27

(Bloomberg) -- Donald Trump fez uma previsão após varejistas terem rejeitado sua marca em virtude de comentários polêmicos dele em 2015. "Todos vão voltar", ele disse.

Quase todos se mantiveram longe.

A inesperada vitória dele na campanha presidencial fez pouco para ajudar um negócio de licenciamento que, em seu melhor momento, tinha acordos com empresas como a rede de lojas de departamentos Macy's, a companhia de vestuário PVH e a fabricante de colchões Serta Simmons Bedding.

Restam poucos itens à venda e geralmente são produtos de ponta de estoque oferecidos em websites de descontos. Em sua maioria, as companhias que tiveram negócios com o astro do programa "O Aprendiz" se negaram a conversar com a Bloomberg News sobre o assunto.

Uma exceção foi a Overstock.com, que admitiu que itens da marca Trump estavam à venda por engano. Um desses itens era um único terno masculino, oferecido por US$ 189, que foi retirado do website após o contato da reportagem. A varejista online de descontos se juntou à longa lista de empresas que romperam o relacionamento com a marca quando o então candidato Trump ridicularizou o senador John McCain por ter sido prisioneiro de guerra no Vietnã e afirmado que o México enviava estupradores para os EUA.

A marca de Ivanka Trump também foi prejudicada, mas não tanto quanto a do pai, embora ambas continuem sendo alvo de boicotes online. Os produtos dela sumiram de lojas de departamentos como Nordstrom e Neiman Marcus Group, mas continuam em outros canais, incluindo a Overstock. O pai dela perdeu contratos de licenciamento junto à PVH e à Serta.

A Trump Organization, que supervisiona o império empresarial do presidente, se recusou a responder perguntas sobre a marca Donald Trump, que já estampou camisas, óculos, perfumes, desodorantes, luminárias e espelhos.

'Success by Trump'

A Perfumania lançou a fragrância "Success By Trump" exclusivamente nas lojas Macy's em 2012. Em março de 2015, lançou uma segunda versão, "Empire by Trump".

Três meses depois, o comentário de Trump sobre os mexicanos levou a Perfumania a parar de vender a marca Trump, ficando com um estoque enorme. Na ocasião, Trump disse à revista Forbes que "todos vão voltar".

O presidente estava certo pelo menos em relação à Perfumania. O relacionamento dessa empresa com a marca Trump acompanha a volatilidade da trajetória política dele. A companhia se afastou quando ele era visto como um candidato extremista com pouca chance de vitória. Mas quando ele venceu a corrida pela Casa Branca, a Perfumania trouxe de volta produtos Trump, como desodorante e colônia. Mas não está disposta a falar sobre o assunto. Diversos telefonemas e e-mails da reportagem para o presidente da companhia e para a equipe de relações públicas não foram retornados. Um profissional de relações públicas da empresa chegou a desligar o telefone.

Na Trump Tower

A combalida rede de lojas de departamentos Sears Holding recentemente parou de vender produtos de uso doméstico da marca Trump e afirmou por comunicado que frequentemente remove produtos com base na demanda. Mas acrescentou que vendedores independentes ainda oferecem produtos Trump no mercado.

Na Trump Tower, em Nova York, a marca de Ivanka era exibida de forma mais proeminente do que a do pai. No térreo, há uma butique dedicada às joias e bijuterias que levam o nome dela. Ali perto, também são oferecidos outros produtos com o nome da família, mas a maioria com a marca Trump Hotel e Trump Tower. No subsolo, são vendidos itens da campanha presidencial.