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CCR quer usar recursos da venda de ações para ir às compras

Fabiola Moura e Daniela Milanese

21/02/2017 13h39

(Bloomberg) -- A CCR, maior operadora de rodovias sob concessão do Brasil, está estudando onde investir os mais de R$ 4 bilhões captados em uma oferta restrita de ações.

O foco principal da companhia está em licenças para operar aeroportos e rodovias concedidas em 2013, que agora estão sendo renegociadas com o governo e poderiam acabar sendo licitadas novamente.

"Está todo mundo querendo vender", disse Leonardo Vianna, diretor de Novos Negócios da empresa, em entrevista na sede da CCR. "É aí que vemos mais oportunidades", disse ele, acrescentando que a empresa já tem "alguns" acordos de confidencialidade assinados.

Para Vianna, esses projetos são mais atraentes do que os novos leilões do programa de privatização do setor de infraestrutura proposto pelo governo de Michel Temer, como forma de ajudar a reativar a economia. Com a combinação de cálculos de demanda inflados, feitos antes da desaceleração econômica, e o que ele considera um financiamento insuficiente do BNDES, a CCR pode não participar do leilão dos aeroportos de Salvador, Fortaleza, Florianópolis e Porto Alegre, disse Vianna. O mesmo se aplica ao lote de concessões rodoviárias de São Paulo.

"Temos dúvidas em relação ao potencial de receita calculado e ao custo do financiamento", disse ele. "Não descartamos participar dos leilões, mas ainda não tomamos uma decisão."

Em 10 de fevereiro, a CCR anunciou a venda de 254,4 milhões de novas ações ordinárias em uma oferta restrita, triplicando seu valor de mercado para R$ 6,3 bilhões. A oferta teve uma demanda total de cerca de R$ 11 bilhões, ou três vezes o reservado, disse o gerente de Relações com Investidores, Marcus Macedo, na mesma entrevista.

Como resultado, suas três maiores acionistas -- Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa e Soares Penido --, que não participaram da oferta, tiveram suas participações diluídas de 51% para 45% do capital.