Decreto imigratório de Trump não afetará PIB dos EUA em 2017
(Bloomberg) -- A economia dos EUA será capaz de fazer face à proibição temporária de entrada ao país do presidente Donald Trump, dizem os economistas, mas qualquer ampliação das restrições de imigração e vistos poderia prejudicar a força de trabalho e a produtividade.
Dois terços dos economistas consultados pela Bloomberg disseram que a proibição, que até agora está suspensa temporariamente pela Justiça, terá "pouco ou nenhum efeito" no PIB de 2017. Nove deles disseram que haveria um impacto moderadamente negativo e somente um disse que haveria um efeito significativamente negativo.
Trump emitiu a ordem executiva em 27 de janeiro, proibindo temporariamente a imigração de sete países de maioria muçulmana e bloqueando durante 120 dias a entrada de qualquer refugiado, em uma tentativa de impedir a entrada de possíveis terroristas nos EUA.
Muitos dos economistas consultados simplesmente não veem que a proibição possa "colar", nas palavras de Mikhail Melnik, da Kennesaw State University na Geórgia, EUA. A ordem já foi freada pela Justiça, com uma suspensão temporária decretada por um juiz em Seattle no início deste mês e com vários processos em todo o país. Em 16 de fevereiro, Trump disse que uma nova ordem será emitida nesta semana, adaptada para responder às objeções do tribunal federal de apelações que confirmou a decisão de Seattle. A nova ordem provavelmente ocasionará uma nova rodada de processos e a legalidade da proibição deverá ser decidida pela Corte Suprema.
"Não se sabe se a proibição será mantida", disse Melnik. "Mas, se for, seu impacto econômico será bastante limitado."
Impacto econômico
Medir o impacto econômico da política imigratória da administração de Trump promete ser um assunto complicado e longo, particularmente após a suspensão dos tribunais. Nesse meio tempo, muitos economistas tentaram avaliar possíveis impactos, entre eles Brian Schaitkin, do Conference Board, que delineou o papel atual dos imigrantes afetados pela ordem de Trump na economia americana.
Schaitkin considera que os cidadãos do Irã, Iraque, Líbia, Somália, Sudão, Síria e Iêmen, cuja entrada foi proibida por pelo menos 90 dias conforme a ordem original, fazem parte de um "grupo pequeno, mas desproporcionalmente qualificados e educados", segundo uma postagem de 14 de fevereiro em seu blog.
A probabilidade de um trabalhador imigrante desses países ter um doutorado é quase quatro vezes maior do que a de um americano médio, e quase metade deles tem um diploma universitário - em comparação com menos de um terço dos trabalhadores dos EUA, escreveu ele. Embora a distribuição dos trabalhadores oriundos desses sete países entre os setores da força de trabalho seja similar à da força de trabalho total, eles também desempenham um papel descomunal em empregos de cuidados da saúde tão necessários à medida que a população dos EUA envelhece, escreve Schaitkin.
O que poderia afetar mais significativamente a saúde da economia americana são mais restrições desse tipo em matéria de imigração.
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