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Lealdade a empregadores deixa geração Y britânica sem dinheiro

Lucy Meakin

23/02/2017 12h11

(Bloomberg) -- A geração Y pode ter a reputação de trocar bastante de trabalho, mas uma nova pesquisa britânica mostra que o oposto também é verdadeiro. E que isso está afetando seus salários.

Um em cada 25 britânicos nascidos em meados da década de 1980 mudou de emprego antes de completar 30 anos, cerca de metade da proporção daqueles nascidos uma década antes, segundo dados compilados pela Resolution Foundation. Isso significa que eles não estão tirando proveito dos aumentos salariais de dois dígitos que as gerações anteriores conseguiram trocando de empregador.

O relatório também confirma que a geração Y não está sendo recompensada por permanecer na mesma empresa por mais tempo -- algo que o grupo de pesquisa sugere que pode ser decorrente da falta de confiança na busca por trabalho. O aumento real no salário anual que as empresas oferecem aos seus funcionários mais antigos dessa idade caiu de cerca de 4 por cento para próximo de zero.

"Os jovens estão priorizando a segurança do emprego e optando por continuar com seus empregadores", disse Laura Gardiner, analista sênior de políticas da Resolution Foundation. "Com o aumento salarial previsível em aproximadamente 15 por cento para alguém que muda de emprego com cerca de 25 anos, e as evidências de que os empregadores deixaram, em essência, de recompensar seus funcionários mais antigos com aumentos reais no salário anual, essa lealdade ao emprego pode acabar saindo muito caro."

Os dados foram divulgados após pesquisa publicada no início do mês que mostrou que quando completavam 30 anos, os homens da geração Y ganhavam 12.500 libras (US$ 15.600) menos do que os da geração anterior quando passavam a ter empregos com salários mais baixos.