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PDVSA se prepara para saída de presidente Del Pino, dizem fontes

Daniel Cancel, Peter Millard e Fabiola Zerpa

29/03/2017 15h02

(Bloomberg) -- A Petróleos de Venezuela SA está se preparando para a saída de seu presidente, Eulogio Del Pino, naquela que seria a maior mudança na direção da petroleira estatal em anos, disseram pessoas com conhecimento dos planos.

Del Pino, 61, pode deixar a companhia em julho e será substituído por Nelson Martínez, o ministro do Petróleo da Venezuela, disseram as pessoas, que pediram anonimato porque a informação não é pública. Martínez, 65, acumularia as funções de ministro do Petróleo e presidente da PDVSA. A decisão viria após uma reformulação do conselho, em janeiro, e a recente substituição de alguns gerentes de refino.

Del Pino está no comando da PDVSA desde 2014 e trabalha na companhia há cerca de 30 anos. Anteriormente, ele chefiava a produtora de energia e ao mesmo tempo atuava como ministro do Petróleo da Venezuela, mas em janeiro as funções foram divididas e Martínez, que anteriormente era o chefe da unidade Citgo Petroleum, com sede nos EUA, foi nomeado ministro.

A PDVSA e o Ministério do Petróleo preferiram não comentar. O gabinete de Del Pino não respondeu às mensagens em busca de comentário. O gabinete do presidente venezuelano não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre os planos.

A Venezuela, um membro fundador da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), viu sua produção de petróleo bruto cair para cerca de 2 milhões de barris por dia, contra mais de 3 milhões de barris em 2001, porque as nacionalizações, a volatilidade dos preços do petróleo e a pesada carga de dívida afetaram os investimentos. A PDVSA, que enfrentará um pagamento de dívida de US$ 2,5 bilhões no mês que vem, recorreu à importação de óleos mais leves para mistura com o petróleo pesado do Cinturão Orinoco e está exportando menos produtos refinados em meio a dificuldades de infraestrutura.

O presidente Nicolás Maduro e Del Pino disseram que planejam continuar pagando as dívidas do governo e da PDVSA no prazo, embora a crise de liquidez tenha significado ter que reduzir as importações para cumprir as obrigações.

Del Pino, que tem formação em Engenharia pela Universidade de Stanford, EUA, foi vice-presidente de produção e exploração antes de assumir a PDVSA. Ele gerenciou uma troca de dívidas distressed no ano passado para conseguir algum alívio para a carga de dívida da companhia, que nos últimos anos subiu para US$ 40 bilhões.

Em janeiro, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, adicionou membros ao conselho da PDVSA e colocou novos executivos em posições importantes, incluindo um contra-almirante. Em 24 de março, a PDVSA assinou acordo com a empresa de serviços de petróleo militar CAMIMPEG para ampliar a produção no estado de Zulia, na parte oeste do país, uma região que registrou declínios severos nos últimos anos.