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IPhone voltará a ser vendido na Argentina após vários anos

Pablo Gonzalez

30/03/2017 11h20

(Bloomberg) -- O iPhone, da Apple, será vendido amplamente na Argentina no mês que vem pela primeira vez em muitos anos, segundo uma pessoa com conhecimento do assunto, em um momento em que o presidente Mauricio Macri busca reabrir o país ao comércio global.

O icônico telefone não era disponibilizado pelas operadoras Telefónica, América Móvil e Telecom Argentina devido às regras colocadas em prática em 2009 pela antecessora de Macri, Cristina Kirchner, para pressionar as fabricantes de aparelhos a montarem seus produtos na Argentina. A Apple nunca abriu fábrica no país, diferentemente de concorrentes como a Samsung.

Todas as travas regulatórias para a importação do iPhone foram removidas, mas as operadoras terão que pagar impostos de importação que deixarão os aparelhos pelo menos 25 por cento mais caros que os telefones montados no país, disse a pessoa com conhecimento do assunto, que pediu anonimato por discutir informações privadas. Contudo, as empresas de telefonia queriam oferecer iPhones para usuários de alto padrão, para quem o preço maior não é problema, disse a pessoa. As operadoras podem permitir que os clientes paguem pelo telefone em parcelas, o que o tornaria mais acessível.

Apesar dos obstáculos, é comum ver iPhones pelas ruas de Buenos Aires. Eles chegam ao país nas malas de quem viaja a Miami ou por meio de pequenas empresas que importam os aparelhos e os vendem pela internet.

A Apple preferiu não comentar. La Nación, El Cronista e outros jornais argentinos haviam publicado anteriormente notícia sobre o retorno do iPhone.

Hector Goldin, revendedor da Apple em Buenos Aires, disse que teve que parar de oferecer iPhones sete anos atrás devido às restrições. Ele vende aparelhos da empresa com sede em Cupertino, Califórnia, desde 1985 e está entre os principais parceiros de distribuição da companhia.

"É difícil explicar minha felicidade", disse ele. "Eu já estou recebendo os novos aparelhos para venda e ao mesmo tempo aceitando reservas de clientes que ainda não sabem o preço final."

A loja de Goldin, a Maxim Store, perto do shopping Galerias Pacífico, venderá cinco modelos de iPhone a partir de 7 de abril, e ele prevê clientes formando fila para comprar os telefones, como acontece em outras partes do mundo nos lançamentos de novas versões. Ele preferiu não informar os preços, afirmando que a Apple não gosta de revelar esses detalhes antes de os aparelhos irem à venda, mas disse que será caro -- talvez o dobro do preço praticado nos EUA e 40 por cento a mais do que no vizinho Chile devido aos impostos sobre vendas, importação e renda. Mas os argentinos que comprarem localmente contarão com o serviço completo oferecido aos iPhones certificados, disse ele.

"Eu posso imaginar muitos vendedores do Chile preocupados após essas notícias", disse ele. "Eles vão perder muitos clientes."