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Facebook e Google sofrem mais pressão por conteúdo extremista

Thomas Hodel/Reuters
Imagem: Thomas Hodel/Reuters

Nikos Chrysoloras e Adam Satariano

22/06/2017 13h55

(Bloomberg) -- Líderes de países europeus atingidos por uma onda de ataques terroristas estão exercendo mais pressão sobre empresas de tecnologia como Facebook, Twitter e Google, da Alphabet, para que eliminem conteúdos extremistas espalhados pelas redes sociais.

Segundo o rascunho das conclusões de uma cúpula de líderes da União Europeia que está sendo realizada em Bruxelas, será pedido que as empresas de tecnologia desenvolvam métodos para identificar e remover automaticamente conteúdos que possam incitar a violência. "O setor tem a responsabilidade de ajudar a combater o terrorismo e os crimes cometidos pela internet", dirão os 28 governos participantes do bloco, segundo o rascunho da declaração obtido pela Bloomberg.

Os chefes de Estado e de governo do maior bloco econômico do mundo estarão reunidos na capital da Bélgica nesta quinta e na sexta-feira para discutir, entre outros assuntos, formas de combate ao terrorismo. A região enfrenta uma frequência cada vez maior de ataques. No início da semana, a polícia belga matou a tiros um suspeito que tentava detonar uma grande explosão na estação ferroviária central de Bruxelas. O Reino Unido sofreu vários ataques, entre os quais um atentado à bomba em Manchester, no mês passado, que matou 22 pessoas. Houve incidentes fatais também na Alemanha e na França.

Segurança e privacidade

A situação gerou pedidos por mais restrições nas redes sociais e o aumento do poder de vigilância dos governos, ampliando o debate global atual sobre o equilíbrio entre segurança e privacidade. A primeira-ministra britânica, Theresa May, pediu medidas restritivas contra a propaganda terrorista na internet após os últimos ataques em Londres. O governo do Reino Unido também quer ter mais poder para monitorar as comunicações pela internet, inclusive plataformas de mensagens de texto.

Em resposta às críticas, as empresas globais de tecnologia começaram a agir mais agressivamente para censurar conteúdos extremistas. Google afirmou nesta semana que está elaborando novas políticas e práticas para suprimir conteúdos relacionados ao terrorismo de plataformas como o YouTube. Facebook, que já havia anunciado anteriormente a contratação de mais pessoas para filtrar manualmente conteúdos questionáveis, informou que usará recursos de inteligência artificial capazes de compreender idiomas e analisar imagens para tentar evitar que terroristas usem o site para recrutamento e propaganda.

Os líderes europeus acreditam que as empresas de tecnologia têm capacidade para efetivamente manter esse tipo de material fora da internet. Em sua declaração preliminar, a UE afirma "esperar que o setor desenvolva novas tecnologias e ferramentas para melhorar a identificação e a remoção automáticas de conteúdos que incitem a violência. A UE quer o enfrentamento dos desafios colocados por sistemas que permitem que os terroristas se comuniquem por meios aos quais as autoridades competentes não têm acesso".